segunda-feira, 6 de junho de 2011

Marcha da maconha

       Vira-e-mexe pipoca-se por este Brasil afora, manifestações a favor da legalização da maconha. Sempre tentando vender a imagem (de quem a consome) de “moderno, feliz e cosmopolita”. E ao entrar nesse meio, o sujeito começa a experimentar o purgatório.
            Mas por quê? Porque, segundo psiquiatras, em doses elevadas, a droga pode provocar alterações sensoriais, alucinações, delírios e agressividade. Mesmo diante de tais informações, existem as chamadas “marchas da maconha”, que, infelizmente, protestam pela sua legalização.
            Sem meias palavras: tenho, sim, um olhar de desprezo direcionado a este vício e as suas manifestações públicas. Àqueles que as defende, o script é velho conhecido: sua proibição é uma grave violação aos direitos constitucionais de reunião e expressão. O tabu e a desinformação, em relação ao seu consumo, são produtos de um século de proibicionismo – um paradigma autoritário, ineficiente e danoso.
            Crítica inócua e rasteira, sem dúvida. Argumento destrambelhado. Fala, fala e não diz o essencial: se o uso da maconha é prejudicial ou não à saúde. No redemoinho da vida moderna, a ampla transformação dos costumes, dos padrões morais e legais de conduta, mesmo assim, não justifica a tese dos seus defensores-viciados.
            Numa linha argumentativa consistente na contramão da “marcha da maconha”, os magistrados entendem que toda tentativa de se fazer uma manifestação no sentido de legalização da maconha não poderá ser tida como mero exercício do direito de expressão ou da livre expressão do pensamento e que não se trata de um debate de idéias, mas de uma manifestação de uso público coletivo da maconha.
            O estopim é que, por trás das drogas, está o narcotráfico, a violência e a degradação humana, especialmente dos jovens, que começam cometendo pequenos delitos para bancar o vício. Na acertada observação, não adianta revolucionar e poetizar essa realidade.
            Através de uma entrevista (recente) à Folha, o ex-presidente FHC, eivado de pseudoeruditismo e ausência de sentimento de vergonha alheia, defendeu a descriminalização de todas as drogas, o acesso controlado a entorpecentes leves e admitiu até a plantação caseira de maconha no Brasil como forma de combater o tráfico. Ora, parece mais um panfletinho esquerdoide. Pior: um desserviço ao turvar o foco da discussão.
            Ainda bem: nossa democracia está madura e vigilante para barrar eventuais abusos, a exemplo da apologia às drogas que constitui um efetivo risco à paz social, inconciliável com a cidadania e a ordem pública.



LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e Administrador de Empresas

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