domingo, 18 de junho de 2023

Bombas de fio

 

            Dia desses presencie vários empregados da ENERGISA retirando alguns fios das avenidas de nossa querida cidade. Serviço este que há tempo já deveria ter sido feito. Eu fico indignado, e muito intrigado.

            Para ser sincero. Muito pouco (ou nada) está sendo feito. Soltam aos olhos... São toneladas de fios que continuam enfeando a nossa João Pessoa. Tudo pelo abandono e pelo escrúpulo interesse financeiro. Tá lá: símbolo máximo do descaso. Ignora os tempos modernos.

            Fico tiririca quando saio para a rua com os fios quase arriando na minha cabeça. E começo a observar os postes. Você, leitor, já percebeu a quantidade de postes sustentando a fiação? É uma coisa vergonhosa. De aparência desagradável impossível.

            Eis que, por razões que fogem à razão, é preciso que o poder público tome as devidas providências, obrigando as concessionárias de serviços de energia elétrica e de telecomunicação a removerem fios, cabos e equipamentos instalados irregularmente em locais públicos.

            Tá ruço! Precisam pensar em resolver esse problema. Do jeito que está, não dá mais. Confesso, estou estupefato. Virou até chacota. Beirou o deboche.

            Até onde vamos chegar? A resposta honesta seria, no mínimo, “é, estão pisando na bola”.

            Ora, pois bem: muitas cidades pelo mundo afora já aboliram os emaranhados de fios. Além da questão estética que confere um visual urbanístico mais agradável às cidades, a fiação subterrânea evita problemas de descarga na rede elétrica, diminui os apagões nos bairros e reduz riscos de queda de raios.

            Cidades que já visitei como Barcelona, Londres, Paris e Washington são citadas com frequência por engenheiros e arquitetos como exemplos de cidades que enterraram praticamente toda sua fiação.

            Detalhe: o sistema subterrâneo é mais duradouro e, em longo prazo, acaba sendo economicamente mais viável. Isso acontece porque os custos com reparos chegam a ser até 80% menores do que na rede aérea, exigindo menos substituição de cabos e consertos mais espaçados.

            Em Santa Catarina, onde está localizada a matriz da WEG, várias cidades já deram início – mesmo que em pequena porcentagem – à instalação de redes subterrâneas. É o caso de Florianópolis, Joinville, São José e Lages.

            Estranho que até agora não apareceu algum universitário que se preocupasse em fazer uma tese de mestrado ou doutorado sobre os fios? Algum candidato à Presidência República colocasse no seu programa de governo o definitivo fim dos fios?

Ainda aguardo!

            Ah, só uma coisinha. Se não encararem essa situação com a seriedade devida, poderá ocorrer um dia o curto-circuito e acabar com tudo. Uma espécie de Bomba de fios. Todos se enforcam na correria.

            Epa, fim de espaço.

 

                                              LINCOLN CARTAXO DE LIRA

              

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