quinta-feira, 1 de abril de 2021

O cemitério chamado Brasil

            Acredite se quiser: em vários países do mundo o serviço sanitário está indo atrás dos brasileiros como se fossem leprosos. Pois é. Eles estão sendo caçados como se fossem terroristas sanitários. É patético, é vergonhoso! 

            As fronteiras e os aeroportos estão se fechando para se proteger do inimigo número um do mundo. Ninguém mais vai querer vir ao Brasil, a turismo ou negócios. Nenhum país vai permitir que os brasileiros, ou os produtos brasileiros, entram lá. Somos o maior excluído do planeta. E os culpados pelas “decisões imbecis” exibem com orgulho esse título escabroso.  

            Fala-se até no genocídio em curso no País que se alimenta de ignorância, de mentiras e de falhas brutais de lógica – um fóssil ideológico perdido no tempo. 

            Lamentavelmente trabalhamos cinco meses todos os anos só para pagar impostos federais, estaduais e municipais. Revolta-me saber que somos o país com o menor índice de retorno de bem-estar à sociedade do planeta e ainda temos que suportar um presidente que nega vacina para todos.          

            É vero. No atual ritmo de vacinação teremos mais de 1 milhão de óbitos até que todos sejam vacinados, e eu e os demais cidadãos corremos risco de não chegarmos vivos ao final da pandemia. 

            Para um especialista social, o futuro do Brasil depende da sociedade brasileira se unir contra o inimigo comum. Só teremos alguma chance de ganhar a guerra com a união de todos em prol de um projeto de salvação nacional, que inclui: sociedade, profissionais da saúde e autoridades governamentais. 

            Trocando em miúdos, bem miudinhos, a vida não é uma coisa. Vida é o bem mais precioso que alguém pode ter, porque é por meio dela que a humanidade se materializa e evolui. 

            Sou um eterno otimista por natureza, porém titubeei quando Pazuello discursou como um corretor imobiliário que vendia um apartamento com um ano de atraso. “Vou entregar a ele um ministério estruturado, organizado, funcionando e com tudo pronto”, disse, em referência ao sucessor. E fez questão de dizer que pouca coisa vai mudar daqui por diante: “O doutor Marcelo Queiroga reza pela mesma cartilha”.  

            Na leitura mais superficial, o quadro da pandemia é dramático. A hora é de lidar com o ônus das medidas impopulares. Não dá para tomar decisões só baseada no critério de lotação de UTI, pois a maioria dos pacientes nesses leitos está morrendo. A gente tem que evitar que as pessoas adoeçam. E, sem vacina, sobram poucas opções. 

            O Brasil é hoje o epicentro da tragédia mundial. Outras variantes podem estar surgindo agora, e não sabemos da existência delas ainda. E com mais mutações, aumenta a chance de as variantes serem mais letais. 

            Ao fim ao cabo, o Brasil está doente, literalmente. E está ameaçando o mundo. Até quando vamos aceitar calado a transformação do Brasil num enorme cemitério?   

            Faltou sublinhar: que o expoente (dono) da caneta bic se cuide, porque a cada passo em falso, fica mais difícil o seu retorno como mandatário desta nação. 

            Chega de vilipêndio à vida! 

 

                                       LINCOLN CARTAXO DE LIRA 

                                                  Advogado, administrador e escritor 

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