quarta-feira, 21 de abril de 2021

Cenário econômico

                Como diz Cordeiro, filósofo e amigo predileto, em referência à crise atual: “Saltar do penhasco parece mais fácil”. 

            Todo mundo está “um pote até aqui de mágoa”. Infere-se daí a razão frenética desse desespero: a crise sanitária (Covid-19) e a crise econômica. 

            De um lado, as perdas de conhecidos pelo vírus e o medo de ser contaminado. De outro, as contas a pagar, a cobrança dos fornecedores e o medo da falência. 

            Quando eu visitava o Rio de Janeiro, dava uma passada na livraria São José, sebo mais antigo dessa cidade, fundada há 85 anos, recentemente teve o final triste – fechou as portas. Ora, por que livrarias, logo elas, iriam escapar à destruição que atinge o país inteiro? É a vida – ou a morte – que segue. 

            Hoje olho para minha estante e ainda vejo alguns livros que comprei nessa famosa livraria. É como se continuasse viva em cada um deles.  

É tudo muito ruim em termos de avanço econômico. E ninguém está disposto a naufragar abraçado perante tal situação. Ou melhor: consumido por alguma medida de conteúdo embalado e estragado.  

            É visível que as medidas de restrição são extremamente necessárias, dado o problema sanitário que estamos enfrentando com a Covid-19. Mas de fato, assusta-me muito a ausência de um plano concreto e robusto acerca dos impactos econômicos que este tipo de restrição acaba gerando nas diversas esferas da sociedade. Sem esquecer o pequeno e médio empresário, com novas restrições devem aumentar o desemprego e falência. 

            O falatório destrambelhado do governo só faz atrapalhar. Digo: fazer restrições meia boca, para inglês ver, é muito pior, pra economia, do que um lockdown bem feito e de curta duração (de 20 a 30 dias). Medidas paliativas só alongam a crise causada pela pandemia. 

            Ademais, o governo não providenciou um programa de ajuda eficaz para os pequenos e médios empreendedores, os mais atingidos pela pandemia. No que tange às agendas de costume e de combate à desigualdade, o quadro é ainda mais desolador, pois tem havido retrocesso. 

            Como vêem, eu, com minha reflexão habitual, percebo que o País está sem liderança exatamente na hora em que mais precisamos. Estamos mal. A população encontra-se amedrontada, enlutada e sofrida; nossa economia anda para trás; o Estado está endividado; abandonamos parcerias históricas com vizinhos e perdemos o respeito de nações amigas. Agora todos nós pagamos o pato. 

            Espero que o presidente Bolsonaro tenha sensibilidade e espírito público para reconstruir a economia, governar para todos, unir o país e curar a alma da nação. 

 

                                                                                                                                                                                                                 LINCOLN CARTAXO DE LIRA 

                                               Advogado, administrador e escritor. 

             

 


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