Como diz Cordeiro, filósofo e amigo predileto, em referência à crise atual: “Saltar do penhasco parece mais fácil”.
Todo
mundo está “um pote até aqui de mágoa”. Infere-se daí a razão frenética desse desespero:
a crise sanitária (Covid-19) e a crise econômica.
De
um lado, as perdas de conhecidos pelo vírus e o medo de ser contaminado. De
outro, as contas a pagar, a cobrança dos fornecedores e o medo da
falência.
Quando
eu visitava o Rio de Janeiro, dava uma passada na livraria São José, sebo mais
antigo dessa cidade, fundada há 85 anos, recentemente teve o final triste –
fechou as portas. Ora, por que livrarias, logo elas, iriam escapar à destruição
que atinge o país inteiro? É a vida – ou a morte – que segue.
Hoje
olho para minha estante e ainda vejo alguns livros que comprei nessa famosa
livraria. É como se continuasse viva em cada um deles.
É tudo muito ruim em termos de
avanço econômico. E ninguém está disposto a naufragar abraçado perante tal situação. Ou
melhor: consumido por alguma medida de conteúdo embalado e estragado.
É
visível que as medidas de restrição são extremamente necessárias, dado o problema sanitário que estamos enfrentando com a Covid-19. Mas de fato,
assusta-me muito a ausência de um plano concreto e robusto acerca dos impactos
econômicos que este tipo de restrição acaba
gerando nas diversas esferas da sociedade. Sem esquecer o pequeno e médio
empresário, com novas restrições devem aumentar o desemprego e falência.
O
falatório destrambelhado do governo só faz atrapalhar. Digo: fazer restrições
meia boca, para inglês ver, é muito pior, pra economia, do que um lockdown bem
feito e de curta duração (de 20 a 30 dias). Medidas paliativas só alongam a
crise causada pela pandemia.
Ademais,
o governo não providenciou um programa de ajuda eficaz para os pequenos e
médios empreendedores, os mais atingidos pela pandemia. No que tange às agendas
de costume e de combate à desigualdade, o
quadro é ainda mais desolador, pois tem havido retrocesso.
Como
vêem, eu, com minha reflexão habitual, percebo que o País está sem liderança
exatamente na hora em que mais precisamos. Estamos mal. A população encontra-se
amedrontada, enlutada e sofrida; nossa economia anda para trás; o Estado está
endividado; abandonamos parcerias históricas com vizinhos e perdemos o respeito
de nações amigas. Agora todos nós pagamos o pato.
Espero
que o presidente Bolsonaro tenha sensibilidade e espírito público para
reconstruir a economia, governar para todos, unir o país e curar a alma da
nação.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado, administrador e escritor.
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