Na
minha adolescência, já abraçando o universo da fantasia e da aventura, eu era
fanático por filme chamado Cinema Western, também popularizado como “filmes de
cowboy” ou “filmes de faroeste”, gênero clássico do cinema norte-americano.
Talvez, leitor, não saiba, mas esse
tipo de filme da arte cinematográfica fez também grande sucesso na Itália, com
seu “Western Spaghetti”. Sem se importar muito com a veracidade, os diretores
italianos recriaram o Velho Oeste na Europa e passaram a contar histórias de
caubóis, mexicanos e peles-vermelhas em filmes dublados, cujos atores italianos
costumavam ocultar sua origem recorrendo a pseudônimos americanos.
Para mim, nas décadas de 1960 e
1970, cinéfilo precoce, o meu filme preferido era de “Trinity”, misto de comédia
e pancadaria. Bud Spencer que media 1,94 metro era o nome fictício do ator
napolitano Carlos Pedersoli. Com o bonitão Terence Hill (veneziano Mario
Girotti), formando uma parceria mais famosa do faroeste “spaghetti”. Juntos -
Terence um pistoleiro e andarilho que por acaso se encontra com o irmão, vivido
por Spencer -, atuaram em dezoito filmes, entre eles o “Trinity É o Meu Nome”,
dirigido em 1970 por Enzo Barboni.
Assim como eu, o público foi
seduzido pela “química” da dupla, que dosava com maestria a brutalidade e o
humor. O sucesso dos seus filmes foi imediato e estrondoso. Conquistou fãs no
mundo inteiro. O Western era mais leve, engraçado, quase uma sátira aos bang-bangs
americanos. Era uma comédia pastelão com poucos tiros e muita luta corporal,
que quebravam o saloon inteiro e o pianista continuava tocando.
Senti, isso é verdade, nos filmes
“Trinity” um terreno fértil para a comédia, o exagero, a pompa, o
deslumbramento, o ímpeto por uma causa maior que a realidade. Ou seja, a
fantasia daquele universo infanto-juvenil: herói x bandido.
É pena, hoje, não termos “Trinity”
para nos levar às comoções e fazer rir.
LINCOLN
CARTAXO DE LIRA
lincoln.consultoria@hotmail.com
Advogado e mestre em Administração
Nenhum comentário:
Postar um comentário