Gosto
sempre de citar uma fraseologia do padre Lembret: “Nós devemos ser, na vida
pública, um zé-ninguém a serviço de uma grande causa”. Se há um instrumento
importante é a causa, é o povo, é melhorar a vida das pessoas, ajudar quem
precisa.
Hoje, a política está servindo ao
governante, a autopromoção, a falta de humildade, e porque não, a ausência de
caráter. É verdade. A política passa por uma inversão de valores. O campo em
que ocorre seu jogo é e sempre foi nebuloso. Quem tem poder político e conhece
os meandros da política joga mais, na maioria das vezes, de forma desonesta.
Difícil imaginar algo mais palpável
e atual do que sentimento de afronta à Política (com “p” maiúsculo), essa
sensação de vergonha e decepção. Taí o exemplo da canastrice da política
paraibana, através das revelações promiscuas da Operação Calvário. O Código
Penal passou a ser conversa de botequim. Como na novela, esperemos os próximos
capítulos (estarrecedores).
Afinal, quem rouba tanto e por tanto
tempo o povo não merece vida mansa e tantos privilégios. Somos um país de
descamisados, enganados principalmente pelos últimos governos. Ora, todos sabem
que a franciscana Justiça Eleitoral não possui infra-estrutura e corpo técnico
aparelhados. Os empresários maldosos poderão articular crime conexo absorvido
pelo caixa 2, criando uma tremenda confusão cujos resultados finais devem ser
prescrição e impunidade.
Estamos no ano eleitoral, mais uma
vez esperançosos que a corrupção deslavada seja combatida e que aproveitadores
sejam punidos. Urge lutar por uma nova forma de política, que conquistem as
mentes e os corações, formando um novo estado de consciência para todos os
brasileiros. Afastando, radicalmente, a imagem de um país de trambiques, de
infrações.
Por isso, é ridículo, vergonhoso e
mais uma mostra de que a democracia é um conceito que ainda rasteja no Brasil.
Estamos em uma rota de colisão com o Estado de Direito. Estamos destruindo a
política, que virou sinônimo de corrupção. Espécie de cusparada na cara da
sociedade. Um profundo massacre ético e moral.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre em administração
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