Como
já é sabido, hoje, a expectativa de vida do brasileiro chega a 76,8 anos, o que
coloca o Brasil como um dos países que mais rapidamente envelhecem no mundo. As
projeções do IBGE indicam que teremos mais um milhão de idosos a cada ano, nos
próximos dez anos. Em 2060, teremos 73,5 milhões de pessoas acima dos 60 anos (um
terço da população).
Não custa lembrar que para vivermos
mais com qualidade de vida, é preciso ter cuidados com a saúde, como manter uma
alimentação balanceada, estar sempre com as vacinas em dia, fazer exercícios,
ter o controle adequado do estresse e ter vida social. E tendo ainda como norte
aquele velho provérbio chinês: “O segredo da longevidade é comer a metade,
andar o dobro e rir o triplo”.
O estudo da genética está abrindo
uma alarga avenida para corrigir falhas do genoma humano e envelhecer melhor.
Já qualificando como a “quarta idade”, as pessoas com idade acima de 80 anos.
Mas vamos ser franco, é de repudiar àqueles que gostam de rotular o povo: os
que têm 40 anos têm de trabalhar e os que têm 60, têm de se aposentar. Isso é
papo furado! Pois viver mais é chance para se reinventar e trabalhar.
Ora, envelhecer com dignidade é um
direito humano fundamental. Não é um problema social, não é doença. A geriatria
diz que o Brasil virou um Estado contraditório ao investir nas crianças a
abandonar os velhos. A verdade é que fazem grandes esforços para que as
crianças vivam muito, mas abandonam a velhice. Por isso que o Brasil precisa de
uma política de cuidados e da profissão de cuidadores de idosos.
Não tenho pressa para que me chegue
a “quarta idade”, porém gostaria de flanar para encontrar inspiração de Clarice
Lispector, ao escrever: “Morri de muitas mortes e mantê-las-ei em segredo até
que a morte do corpo venha, e alguém, adivinhando, diga: esta, esta viveu”.
Mais Clarice, impossível!
LINCOLN
CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre em Administração
Nenhum comentário:
Postar um comentário