É
fato inconteste da dificuldade de ser empresário no Brasil. Além da pesada
carga tributária (2.600 horas trabalhadas para pagar impostos por ano),
encargos sociais e trabalhistas, tem uma burocracia que trava os negócios.
Depois que se consegue o registro na Junta Comercial, tem que tirar alvarás. Aí
é outra novela interminável. Sem falar do amontoado de leis, decretos, súmulas
que regula as suas atividades. Livrar-se desse estorvo será uma tarefa
hercúlea.
Como se não bastasse esse pesadelo,
os empresários têm que submeter ainda uma planetária taxa de juros que posterga
o tempo de maturidade e de lucratividade de um empreendimento. Cuja causa
deve-se a altíssima concentração bancária, onde dois ou mais bancos unem-se
para controlar os elos da cadeia de determinado segmento de negócio, impedindo
a concorrência e capturando lucros.
Na real, eu próprio às vezes
classifico que o Brasil é contraprodutivo. Pois, tal realidade, foi
perfeitamente diagnosticada pelo recém empossado Ministro da Economia, Paulo
Guedes, impávido, o rosto sério, quase crispado, assim se manifestou: “Aqui, o
empresário brasileiro tem uma bola de ferro na perna direita, que são os juros
altos, uma bola de ferro na perna esquerda, que são os impostos, e um piano nas
costas, que são os encargos sociais e trabalhistas. E ainda ouve: corre porque
o chinês vai te pegar”.
Para tirar esse entulho é necessário
reformas. A verdade é que o resultado das eleições que nos trouxe aqui será o
fio condutor das mudanças que o Brasil tanto necessita. “O empresário que
investe no Brasil hoje é um louco, não tem juízo”. Essa frase, proferida por um
amigo empresário no ramo de restaurante, traduz bem o sentimento de diversos
empresários brasileiros.
Quer saber? O Brasil já perdeu
várias oportunidades ao longo da história. Essa é a hora da virada. O ululante
é que não haverá futuro para um país que não cuida daqueles que produzem suas
riquezas.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre em Administração
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