Não se deixe assustar pelo título
acima. Apenas uma metáfora para retratar com tristeza o escândalo de corrupção
ocorrido na prefeitura de Cabedelo. Episódio de embrulhar o estômago. Sem
nenhuma vírgula de pudor.
É isso. Uma verdadeira promiscuidade
moral, uma traquinagem vergonhosa que teve como envolvido o prefeito e assessores,
presidente da câmara e outros vereadores, como também, certos empresários inescrupulosos.
Impossível ficar indiferente à malversação do dinheiro público. É urgente que
se apure a responsabilidade penal de todos os envolvidos.
É lamentável, de todo modo, que a
corrupção no Brasil não ocorre esporadicamente, ela é um processo estruturante
da política e da administração pública, um processo que opera nos municípios,
nos estados e no governo federal. A razão é conhecida: a política e seus
representantes tornaram-se alvo da indignação social na esteira de escândalos
em série. As premissas para acabar com essa imoralidade estão claras. É preciso
ética, caráter, compromisso.
No fundo, todos aqueles envolvidos
nesse mundo de falcatruas, é o de que os fins justificam os meios, argumento
esdrúxulo e escabroso. Mesmo a obra “O Príncipe” de Nicolau Maquiavel, contendo
mais de quinhentos anos, ela continua presente na atualidade: sistema político
que se baseia na astucia, na má fé, no amoralismo e no princípio de que os fins
justificam os meios empregados para sua consecução.
Mas voltando à Cabedelo. Maquiavel é
fichinha, é filme queimado, da moderna pilantragem que atingiu a prefeitura
desse município. Segundo as investigações policiais – Operação Xeque-mate, o
prejuízo, só em 2017, seria de R$ 30 milhões.
Antes de encerrar essa minha
falação, me veio à memória uma citação de Maquiavel, como gostava repetir meu
professor de colegial: “Todos vêem o que você parece ser, mas poucos sabem quem
você realmente é”.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre
em Administração
Nenhum comentário:
Postar um comentário