Entendo
que a um e meio da eleição, o nosso País vive o auge do desencanto com a classe
política e não vê candidato favorito para a presidência da República. Isso
decorre da operação Lava-Jato ter varrido do tabuleiro diversas lideranças
políticas.
Não há motivo para espanto, tendo em
vista à desconexão dos políticos com a ética e a moralidade. Total desprezo com
a realidade. Infelizmente, tempos mais sombrios se aproximam à medida que as
denúncias de corrupção são noticiadas.
A coisa está tão feia que Lula e
Bolsonaro são os únicos candidatos mais viáveis para 2018. O risco que corre é
o cidadão brasileiro, o eleitor, absorver o cinismo em torno de suas propostas
mirabolantes e sorrateiras. O primeiro postulante, com sua honestidade que só
ele acredita, e o segundo, se colocando como salvador da pátria.
Logo, logo, vão surgir outros
políticos de botequim cuspindo fogo e aproveitando frustrações para atingirem o
poder e a fama. Espécie de personagem mitológico do realismo tupiniquim.
Verdadeiros aproveitadores de um cenário de incerteza e receio. Ah, como
cabeças arejadas fazem falta.
Ouvi há pouco alguém dizer que seria
uma experiência interessante eleger Bolsonaro. Aí, sim, ele deixaria de ser um
falastrão para assumir responsabilidade. O político que, do plenário para onde
foi eleito democraticamente, defende a ditadura, o cerceamento de direitos
fundamentais e que os partidos de esquerda sejam varridos do mapa.
Eis o busílis: por mais que se
questione o nosso sistema político, mas apenas ele pode produzir as decisões
necessárias para tirar o País do atoleiro. Apesar do Congresso está na
berlinda, alvo de delações que atingem algumas de suas figuras mais graduadas.
Ora, façam-me o favor! Que não
apareça candidato usando a presunção da inocência para ludibriar a consciência
do eleitor brasileiro.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre em Administração
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