Poxa vida! Nunca tantos roubaram
tanto em tão pouco tempo. A impressão que se tem é que o Brasil está podre. Até
para quem deveria zelar pelo uso do dinheiro não consegue se dar ao respeito.
Refiro-me à prisão dos cincos Conselheiros do TCE do Rio de Janeiro. Para os
rotuladores de plantão, um bando de inconsequentes e de canalhas.
Dá pra acreditar? Claro que não. A
prisão dessa turma foi quase um deboche. Todos agindo ao arrepio da lei. O que
leva a citação feita por Ruy Barbosa ser cada vez mais atual: “O homem chega a
rir-se da honra, desanimar-se de justiça e ter vergonha de ser honesto”.
Aqui, mesmo sem bola de cristal, eu
arriscaria afirmar que mais prisão vem por aí. As relações perigosas desses
Conselheiros com o ex-governador Sérgio Cabral - trambiqueiro contumaz - eram
sabidas até pelos postes da rua da cidade carioca.
Não é exagero retórico asseverar,
diante do quadro tão degradante, que é um escárnio, um descrédito aos Tribunais
de Conta e uma tapa na cara do brasileiro honesto. Cuja prática não difere dos
políticos corruptos: “Um pra eu, um pra tu”, como invoca a música do mestre
Luiz Gonzaga.
Lendo o noticiário, constatei que
essa roubalheira ocorrida nesse tribunal, tem origem à falta de critério
(sério) na escolha de seus membros. Pois seu presidente, Aloysio Neves, quando
era jornalista e figura conhecida na noite carioca, foi preso em flagrante por
tráfico de drogas. A polícia encontrou maconha, cocaína e seringas em seu
apartamento. Ele sustentou que o flagrante foi forjado e acabou absolvido pelo
Tribunal de Justiça. Decisão que até hoje é questionada.
A sociedade só vai dar conta da
gravidade da cultura da ladroagem e destruição de valores éticos quando são denunciados.
O cidadão comum, por outro lado, revoltado porque trabalha correndo o risco de
demissão, sem privilégios e tendo de sustentar essa turma.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre
em Administração
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