A judoca Rafaela Silva, ao ganhar sua
medalha de ouro, alisa-a, aperta, sente seu peso. Em seguida, levanta os braços
para o público e os seus olhos enchem de lágrimas. Com certeza, mil lembranças
devem ter passado por sua cabeça, em um ziguezague.
Sim, ela venceu. Depois de muitas
dificuldades superadas, desde uma infância pobre na cidade de Deus até a sua
eliminação injusta na Olimpíada de Londres (2012). O sucesso Olímpico só veio
por causa da sua teimosia e obstinação. Como se fosse uma corrida de
obstáculos, sendo superado um a um.
Todos nós ficamos sabendo que Rafaela
teve muito quilometragem rodado de sacrifícios e de decepções. É como disse o
arguto e sábio José Américo: “O que tem que ser tem muita força”. Por isso, a
vida não recompensa aos amadores. No máximo, lhes dá uma vida tranquila, e isso
nem sempre é uma graça divina.
Acho que vale um mergulhinho no assunto.
Há na mente humana habilidades incríveis, verdadeiras pedras preciosas, que
podem ser libertadas e lapidadas. Sempre admirei aqueles que conseguem mudar
seus pensamentos, suas atitudes, seus hábitos e seu comportamento para atingir
seus objetivos. Pessoas que conseguem mudar e realizar seus sonhos são
colocadas em pedestal, como se fossem escolhidas. É o caso da judoca Rafaela.
Tem-se convencer do próprio valor,
achar-se de mudar de vida e seguir uma carreira. Está pronta para o que der e vier. Não
economize lamúrias. Morre lentamente que não troca de ideias, não troca de
discurso, evita as próprias contradições. Ou melhor, morre lentamente que passa
os dias se queixando da má sorte ou da chuva incessante, desistindo de um
projeto antes de iniciá-lo.
Há tempos venho ruminando sobre isso.
Mais uma coisa me chama a atenção nesse embate de conquistas, é o fator
motivação. Não existem soluções mágicas para problemas complexos. A motivação é
fundamental, mas não basta. É apenas um começo, a mudança de hábito em que
permite seguir em frente.
Vejam. Pergunta um palestrante: “Quem aqui
consegue correr uma prova de cem metros rasos?”. Quase todos levantaram a mão,
não importa se o fariam em dez segundos ou em dez minutos. Entretanto, quando
ele pergunta: “Quem aqui consegue correr uma maratona de 42 quilômetros?”,
quase ninguém se manifestou. A motivação faz alguém correr uma prova de cem
metros, mas só com hábito de correr completa uma maratona.
Uma nota final: nunca acreditei no
sucesso fácil, na vitória sem luta.
LINCOLN
CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre em Administração
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