domingo, 21 de agosto de 2016

Teimosia e obstinação

A judoca Rafaela Silva, ao ganhar sua medalha de ouro, alisa-a, aperta, sente seu peso. Em seguida, levanta os braços para o público e os seus olhos enchem de lágrimas. Com certeza, mil lembranças devem ter passado por sua cabeça, em um ziguezague.
Sim, ela venceu. Depois de muitas dificuldades superadas, desde uma infância pobre na cidade de Deus até a sua eliminação injusta na Olimpíada de Londres (2012). O sucesso Olímpico só veio por causa da sua teimosia e obstinação. Como se fosse uma corrida de obstáculos, sendo superado um a um.
Todos nós ficamos sabendo que Rafaela teve muito quilometragem rodado de sacrifícios e de decepções. É como disse o arguto e sábio José Américo: “O que tem que ser tem muita força”. Por isso, a vida não recompensa aos amadores. No máximo, lhes dá uma vida tranquila, e isso nem sempre é uma graça divina.
Acho que vale um mergulhinho no assunto. Há na mente humana habilidades incríveis, verdadeiras pedras preciosas, que podem ser libertadas e lapidadas. Sempre admirei aqueles que conseguem mudar seus pensamentos, suas atitudes, seus hábitos e seu comportamento para atingir seus objetivos. Pessoas que conseguem mudar e realizar seus sonhos são colocadas em pedestal, como se fossem escolhidas. É o caso da judoca Rafaela.
Tem-se convencer do próprio valor, achar-se de mudar de vida e seguir uma carreira.  Está pronta para o que der e vier. Não economize lamúrias. Morre lentamente que não troca de ideias, não troca de discurso, evita as próprias contradições. Ou melhor, morre lentamente que passa os dias se queixando da má sorte ou da chuva incessante, desistindo de um projeto antes de iniciá-lo.
Há tempos venho ruminando sobre isso. Mais uma coisa me chama a atenção nesse embate de conquistas, é o fator motivação. Não existem soluções mágicas para problemas complexos. A motivação é fundamental, mas não basta. É apenas um começo, a mudança de hábito em que permite seguir em frente.
Vejam. Pergunta um palestrante: “Quem aqui consegue correr uma prova de cem metros rasos?”. Quase todos levantaram a mão, não importa se o fariam em dez segundos ou em dez minutos. Entretanto, quando ele pergunta: “Quem aqui consegue correr uma maratona de 42 quilômetros?”, quase ninguém se manifestou. A motivação faz alguém correr uma prova de cem metros, mas só com hábito de correr completa uma maratona.
Uma nota final: nunca acreditei no sucesso fácil, na vitória sem luta.


                                        LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                         lincoln.consultoria@hotmail.com
                                           Advogado e mestre em Administração


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