sábado, 9 de abril de 2016

Novas eleições

       Uma coisa é certa: estamos caminhando para uma ruptura política inevitável. Pode ser via impeachment, via cassação de chapa, via renúncia. É hora de o Brasil se pôr de novo em movimento, restaurar a esperança na política e voltar a encarar o futuro com otimismo. E não há outra forma de solução (menos traumática) que não seja a realização urgente de novas eleições presidenciais.
            Não estou desdenhando, vou explicar. A Dilma, mesmo que vença a batalha na Câmara, o que parece cada vez mais improvável, não se vislumbra como possa voltar a governar, diante da falência do seu governo. Por outro lado, caso Michel Temer venha substituir Dilma nesse processo, acho pouco verossímil que ele tenha apoio suficiente da sociedade para promover reformas estruturais e tirar o País da exaustão e pessimismo.
            Pensando bem: ganhar a batalha do impeachment pode ser o pior destino para Dilma. Uma vez que ela não vai ter credibilidade para tirar a nação dessa crise, decorrente da paralisia econômica, discursos vazios, promessas não cumpridas e falta de ética na política.
            A esta altura do campeonato, como se diz, num cenário de delação em curso e com previsões devastadoras para o governo e PT, agravado por uma crise descomunal, ganhar a votação na Câmara pode ser o passo final rumo ao precipício.
            Em meus comentários, tenho buscado caracterizar o atual governo Dilma como uma administração sem rumo, para não dizer incompetente, cujo resultado é um legado de infortúnios: uma recessão profunda, com inflação crescente, milhões de desempregados, empresas e famílias endividadas, a dívida pública nas alturas e o descrédito interno e internacional.
            É uma lástima que as gravações liberadas pela Operação Lava Jato são reveladoras do desapreço que os líderes petistas nutrem pelas instituições públicas. Ninguém aguenta mais este governo pusilânime, desnorteado, destilando tolices, enquanto o País está entregue ao total descalabro da corrupção.
            Como se não bastasse, para barrar a aprovação do impeachment da presidente Dilma Rousseff, o governo montou o desavergonhado e velho balcão de negócios, oferecendo 600 cargos e alguns milhões de reais em verbas públicas a quem se dispuser a votar segundo a orientação oficial.
            Assim, novo pleito presidencial é uma maneira de limpar o Brasil aos poucos, mesmo sabendo que sobrará muita sujeira debaixo dos tapetes.


                                                      LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                      lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                  Advogado e mestre em Administração
           


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