Uma coisa é certa: estamos caminhando
para uma ruptura política inevitável. Pode ser via impeachment, via cassação de
chapa, via renúncia. É hora de o Brasil se pôr de novo em movimento, restaurar
a esperança na política e voltar a encarar o futuro com otimismo. E não há
outra forma de solução (menos traumática) que não seja a realização urgente de
novas eleições presidenciais.
Não estou desdenhando, vou explicar.
A Dilma, mesmo que vença a batalha na Câmara, o que parece cada vez mais improvável,
não se vislumbra como possa voltar a governar, diante da falência do seu
governo. Por outro lado, caso Michel Temer venha substituir Dilma nesse
processo, acho pouco verossímil que ele tenha apoio suficiente da sociedade
para promover reformas estruturais e tirar o País da exaustão e pessimismo.
Pensando bem: ganhar a batalha do
impeachment pode ser o pior destino para Dilma. Uma vez que ela não vai ter
credibilidade para tirar a nação dessa crise, decorrente da paralisia
econômica, discursos vazios, promessas não cumpridas e falta de ética na
política.
A esta altura do campeonato, como se
diz, num cenário de delação em curso e com previsões devastadoras para o
governo e PT, agravado por uma crise descomunal, ganhar a votação na Câmara
pode ser o passo final rumo ao precipício.
Em meus comentários, tenho buscado
caracterizar o atual governo Dilma como uma administração sem rumo, para não
dizer incompetente, cujo resultado é um legado de infortúnios: uma recessão
profunda, com inflação crescente, milhões de desempregados, empresas e famílias
endividadas, a dívida pública nas alturas e o descrédito interno e
internacional.
É uma lástima que as gravações
liberadas pela Operação Lava Jato são reveladoras do desapreço que os líderes petistas
nutrem pelas instituições públicas. Ninguém aguenta mais este governo
pusilânime, desnorteado, destilando tolices, enquanto o País está entregue ao
total descalabro da corrupção.
Como se não bastasse, para barrar a
aprovação do impeachment da presidente Dilma Rousseff, o governo montou o
desavergonhado e velho balcão de negócios, oferecendo 600 cargos e alguns
milhões de reais em verbas públicas a quem se dispuser a votar segundo a orientação
oficial.
Assim, novo pleito presidencial é
uma maneira de limpar o Brasil aos poucos, mesmo sabendo que sobrará muita
sujeira debaixo dos tapetes.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre em
Administração
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