Vamos lá, leitor, exercitar um pouquinho
essa situação. O indicador de dívidas em atraso apresentou, em abril, um
aumento de 2,83 em relação a março. De acordo com o banco de dados do Serviço
de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes
Lojistas (CNDL), foi o maior crescimento para o mês desde o começo da série
história, em 2010. Na comparação com abril do ano passado, houve alta de 5,02%,
o que mostra uma aceleração, já que em março a alta havia sido de 3,46% em
relação ao mesmo mês de 2014.
Tá ruço! Com este resultado, já são
55,3 milhões de devedores, números equivalente a 37,9% da população entre 18 e
95 anos. Logo, quatro em cada dez brasileiros estão com os seus compromissos em
atraso. Analistas muitos severos travejam: “Eu bem que avisei”.
Sem floreios ou academicismos, estamos
em voo cego. A recessão está avançando no Brasil e deixando os trabalhadores
cada vez mais pobres. Os efeitos da crise já podem ser sentidos. Basta ver os
índices da inadimplência. Segundo o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, esse
quadro deve-se a falta de planejamento do brasileiro, também é reflexo do
cenário macroeconômico, com desaceleração do PIB e aumento do desemprego.
Percebe-se que o conselho “Compre
mais e vote em mim”, dito por Lula, durante anos, ao povo brasileiro, não deu
certo. A promessa de um ciclo longo de desenvolvimento centrado na expansão do
mercado interno degenerou em uma bolha de consumo. Mesmo assim, o brasileiro continua
ralando para pagar as contas, mas não perde o bom humor: “É pau, é pedra, é o
fim de um caminho”.
Esse é o retrato atual. O brasileiro
sente no bolso o País parar e assiste a sucessivos escândalos. Pior, descobre a
cada dia que uma turma em Brasília ganha a vida facilmente negociando e
roubando o seu dinheiro, como contribuinte. O cenário político e econômico está
sombrio. O céu está cinza e é difícil ver a luz do sol. Não há indícios de que
o tempo vai virar. Pelo contrário. Os sinais apontam que virá um temporal, com
consequências imprevisíveis.
Cá entre nós, que vontade de tomar
Doril! Não tenho estômago para tudo isso. Digam-me se não há motivo: Uma
presidente que toma posse e não começa, que já nos primeiros meses se
desmoraliza e se arrasta de derrota em derrota, sem nada propor ao País. Até
onde vamos chegar? A resposta honesta séria, no mínimo, “é, pisamos na bola”.
É aquela coisa: se não reagirmos,
poderemos nos tornar um Estado falido, uma nação inviável e uma população que
se encontra em situação crítica de insolvência.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado
e mestre em Administração
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