Após
ler tantas reportagens, não consegui me conter, e voto ao tema que está em voga
em qualquer roda de conversa: as altas taxas de juro! Fico estarrecido em saber
que os juros das operações de crédito subiram mais uma vez, cravada a terceira
alta de 2015 e a sexta elevação consecutiva, informa uma pesquisa feita pela
Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac). A taxa de juros média
geral para pessoa física passou de 6,60% ao mês (115,32% ao ano) em fevereiro
para 6,71% em março (118% ao ano). É a maior taxa de juros desde agosto de
2011.
Como diria pausadamente o ator Jack
Palance nos anos 80, com seriedade e sucesso: “Acredite... Se quiser”.
Notadamente quando se verifica que a taxa média dos juros do cartão de crédito
atingiu 290,43% ao ano, segundo pesquisa divulgada também pela Anefac. O
percentual reflete o aumento das taxas, que, em fevereiro, estavam em 11,67% ao
mês e subiram para 12,02% em março. E fevereiro, a taxa média do cartão de
crédito era 276,04% ao ano.
Constrangem-nos, ainda mais, que
isso ocorra diante de um cenário em que as chances de progresso pessoal estão
cada vez mais limitadas. Onde quase tudo que o governo diz é mentira. Tudo o que
tem é roubado: tiram de seu bolso, em impostos, o dinheiro que você ganhou com
seu trabalho, e não devolvem, em troca, os serviços que têm a obrigação de
prestar.
O Brasil insiste em ser a exceção na
aplicação das altas taxas de juro. A elite intelectual financeira e a imprensa
não sabem ou fingem não saber – pouco importa se é burrice ou má-fé. Não é por
acaso, numa matéria recente publicada pelo The New York Times aponta que os
juros aplicados no Brasil “fariam um agiota americano sentir vergonha”, isso em
razão das taxas empregadas nas operações créditos aqui em nosso País. Um
verdadeiro escárnio ao bom senso.
Os
efeitos desta política sobre o lado real da economia são os mais perversos
possíveis, com aumento do custo dos empréstimos para pessoas físicas e
jurídicas, teremos o aumento da inadimplência, queda do investimento, redução
das vendas das indústrias, aumento da taxa de desemprego, maior desembolso no
pagamento de juros que gera a necessidade de redução de gastos correntes do
governo, etc, etc, etc.
Realmente,
a nossa República de Pau-Brasil não é para principiantes, iniciantes ou
pensantes. Ora, perdoem-me a obviedade confessional, mas é pura lorota de
economês do nosso Banco Central justificar (altas taxas de juro) a cinco
fatores: despesas administrativas, inadimplência, depósito compulsório, tributos
e taxas, lucro. Sem falar que o sistema bancário brasileiro é um dos mais
consolidados do mundo. É, sim, de uma
colossal piada – de mau gosto, é claro.
Pelo
visto, o recado da política econômica soa o mesmo: danem-se!
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre
em Administração
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