segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Gestão da Petrobras

       Já disse que escrevo para desopilar um pouco, e ter a interação com os leitores. Essa empatia fica cada vez mais evidente quando se esboça uma reação firme em defesa de uma causa nobre como, por exemplo, a gestão qualificada da Petrobras.  Escândalo que se tornou inverossímil diante dos fatos. Há quem diga que ela já passou até da UTI, está moribundo.
            Não há outras palavras além de repulsa, vergonha e espanto o que estão fazendo com essa grande organização. O que nos leva permanecer vigilante e zelar pelo que chamo de sustentabilidade ética. Pois os estilhaços da má governança da Petrobras estão ferindo a reputação do País.
            Estava assistindo à TV com minha digníssima quando um comentarista político apareceu dizendo que ninguém no mundo pode disputar o título de mais corrupto com o Brasil, caso as investigações comprovem a amplitude do conluio incestuoso de empresários, governo federal, governos estaduais, e os “agentes” públicos e privados, financeiros e políticos. Ou seja: o Brasil deve ser mais corrupto que os países lanterninhas como Somália, Correia do Norte, Sudão e Afeganistão.
            Pitoresco é a veiculação na internet que Eike Batista profetizou que um dia as ações do OGX valeriam tanto quanto as da Petrobras. Ora, ironia do destino! A profecia está prestes a se realizar, mas de um modo inesperado. Dramático, não?
            Salta aos olhos que a má gestão que funciona através de indicações políticas, e não pela qualificação profissional, é a causa desse lamaçal da podridão explícito. Qualquer gestão é incompatível com o loteamento político. No caso específico da Petrobras, não basta o administrador ser um especialista em petróleo, ele tem que ter currículo impecável, experiência inquestionável, visão macro em gestão, relevantes serviços prestados na área de serviços públicos, ser independente e não ser político.
            Ademais, vamos acabar com o argumento ingênuo que a Petrobras, diante de tais escândalos, deveria ser privatizada. Se estar em mãos de particulares fosse garantia de não corrupção, diretores de grandes empreiteiras não estariam hoje na cadeia.
            Agora, não adianta ficar horas e horas no muro de lamentações. Os sinais são inequívocos de que ela precisa incorporar hábitos de empresas particulares, como arregimentar seus diretores por critério de competência e não por indicações políticas.
            A nós, pobres mortais, só nos resta aguardar que providências sejam tomadas logo pela presidente Dilma, evitando assim o nosso indesejável título de campeão mundial da corrupção.

                                                      LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                      lincoln.consultoria@hotmail.com                

                                                        Advogado e mestre em Administração

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