Já
disse que escrevo para desopilar um pouco, e ter a interação com os leitores.
Essa empatia fica cada vez mais evidente quando se esboça uma reação firme em
defesa de uma causa nobre como, por exemplo, a gestão qualificada da
Petrobras. Escândalo que se tornou
inverossímil diante dos fatos. Há quem diga que ela já passou até da UTI, está
moribundo.
Não há outras palavras além de
repulsa, vergonha e espanto o que estão fazendo com essa grande organização. O
que nos leva permanecer vigilante e zelar pelo que chamo de sustentabilidade
ética. Pois os estilhaços da má governança da Petrobras estão ferindo a
reputação do País.
Estava assistindo à TV com minha
digníssima quando um comentarista político apareceu dizendo que ninguém no
mundo pode disputar o título de mais corrupto com o Brasil, caso as investigações
comprovem a amplitude do conluio incestuoso de empresários, governo federal,
governos estaduais, e os “agentes” públicos e privados, financeiros e políticos.
Ou seja: o Brasil deve ser mais corrupto que os países lanterninhas como
Somália, Correia do Norte, Sudão e Afeganistão.
Pitoresco é a veiculação na internet
que Eike Batista profetizou que um dia as ações do OGX valeriam tanto quanto as
da Petrobras. Ora, ironia do destino! A profecia está prestes a se realizar,
mas de um modo inesperado. Dramático, não?
Salta aos olhos que a má gestão que
funciona através de indicações políticas, e não pela qualificação profissional,
é a causa desse lamaçal da podridão explícito. Qualquer gestão é incompatível
com o loteamento político. No caso específico da Petrobras, não basta o
administrador ser um especialista em petróleo, ele tem que ter currículo
impecável, experiência inquestionável, visão macro em gestão, relevantes
serviços prestados na área de serviços públicos, ser independente e não ser
político.
Ademais, vamos acabar com o
argumento ingênuo que a Petrobras, diante de tais escândalos, deveria ser
privatizada. Se estar em mãos de particulares fosse garantia de não corrupção,
diretores de grandes empreiteiras não estariam hoje na cadeia.
Agora, não adianta ficar horas e
horas no muro de lamentações. Os sinais são inequívocos de que ela precisa
incorporar hábitos de empresas particulares, como arregimentar seus diretores
por critério de competência e não por indicações políticas.
A nós, pobres mortais, só nos resta
aguardar que providências sejam tomadas logo pela presidente Dilma, evitando
assim o nosso indesejável título de campeão mundial da corrupção.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre em Administração
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