segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Reuniões de condomínio

       Atrevo-me a afirmar que tenho aversão a reuniões de condomínio. Muitas pessoas (como eu) deixam de participar das assembleias porque elas são realmente bastante enfadonhas e desgastantes, e quase sempre terminam com brigas.
            Seja lá como for, uma coisa é certa: não participar é a pior solução. Há condôminos que se consideram “donos da verdade”; outros que só querem tratar de assuntos pessoais, pouco se lixando para outras questões; há também os que são agressivos e não sabem manter o debate em bom nível de urbanidade, e tantos outros perfis que acabam tumultuando essas reuniões e desestimulando a participação dos demais. É por isso que a média de presença nesses encontros fica entre 10% e 20% dos condôminos.
            Recentemente participei de uma assembleia e fiquei estarrecido com a cantilena crítica (injusta!) de um condômino sobre a administração do síndico. Verdadeiro strip-tease verborrágico. Resumindo: um chato! Parecia que ele tinha incorporado José Luiz Datena e Marcelo Rezende, locutores dos programas policialescos.
            O mal de alguns condôminos é subestimar a inteligência alheia, e nisso eles são craques. Obviamente isso me traz indignação frente às regras sociais, à intolerância ao próximo e à falta de educação. Têm aqueles que fazem o estilo “boa praça” ou “gente fina”. Porém, disfarce puro! Outros são absolutamente debochados e petulantes. São incapazes de colaborar com a administração. Eles sempre demonstram um misto de insatisfação e indiferença. Puro exercício do quanto pior melhor.
            O danado, por incrível que possa parecer, os brasileiros ainda não aprenderam a viver em comunidade. Podemos afirmar que somos um povo individualista, mas quando vamos morar num condomínio, precisamos enfrentar barreiras, como a divisão de espaço, seguir regras, saber que, se faço barulho no apartamento/casa, estou incomodando o vizinho, que não posso fazer festas até as duas horas da madrugada etc .
            Apesar do quiproquó, não podemos ter medo de assembleias. Pois cada condômino que não vai a uma reunião está dando direito algum chato de ficar com o poder na mão e de fazer as mais diversas barbaridades.
            Ah, claro. O gostoso é que nessas reuniões, no fundo, lá no fundo, vou continuar ouvindo aquela vozinha (contra o cara chato): “Tá bom, tá bom... Senta!”.
           

                                                         LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                         lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                                              Advogado e mestre em Administração 

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