Muito
já se falou e escreveu sobre a pujança da economia chinesa. Pois Napoleão
Bonaparte já havia alertado através de sua profecia, que está começando a
realizar-se atualmente, ao dizer: “Deixem a China dormir porque, quando ela
acordar, o mundo vai estremecer”.
Na China, tudo tem a medida de seu
1,7 bilhão de habitantes, a maior população do mundo (equivalente a um quinto
das pessoas). Quando essa massa humana se move, os tremores que provoca se
propagam a milhares de quilômetros de distância. Nos últimos 27 anos, período
em que esse país liderou o ranking do crescimento global, multiplicou por
quatro o tamanho da sua economia, tirou milhões de pessoas da pobreza e
promoveu o mais intenso processo de urbanização já visto na História.
Tem mais: a posição fiscal da China
está entre as melhores do mundo. A razão entre endividamento do governo e PIB é
de cerca de 20%, contra mais de 80% nos EUA, 160% no Japão e entre 60% e 90% na
Europa. Ela é, como se costuma dizer, a bola da vez.
No início deste ano, visitando Nova
York, a cidade mais rica e influente do planeta, entrei numa loja a fim de comprar
um par de tênis (do tipo bem sofisticado) para dar de presente ao meu filho
Lincoln Jr, quando verifiquei a origem dele e lá estava o “made in China”.
Fiquei abismado, levando-me as duas mãos ao rosto como Macaulay Culkin em
“Esqueceram de mim”.
É isso mesmo. Os chineses estão
tirando proveito da atitude dos “marqueteiros” ocidentais, que preferem terceirizar
a produção ficando apenas com o que ela “agrega valor”: a marca. Dificilmente,
hoje, você adquire nas grandes redes comerciais dos EUA um produto “made in
USA”. É tudo “made in China”, com rótulo estadunidense. O clichê da burrice capitalista
está aí, diante de todos, para quem quiser ver. No futuro bem próximo, ao
bel-prazer, os chineses vão impor o preço de seus produtos, gerando um “choque
de manufatura”.
Eles não são de ficarem horas e
horas no muro de lamentações. São otimistas e rebeldes obstinados. Os chineses
colocam qualquer produto no mercado em questão de semanas. Os preços são uma
fração dos praticado aqui, em razão do baixo salário pago aos seus operários.
Horas extras na China? Esqueça! O pessoal por lá é tão agradecido por ter um emprego
que não dá importância ao benefício das horas extraordinárias.
Enquanto a China está enriquecendo
de maneira vertiginosa, o Brasil não consegue poupar nem investir o suficiente
para acelerar o crescimento da economia, sem o que não superará suas mazelas
sociais.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre em Administração
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