segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Felicidade não se compra

       Recentemente fomos surpreendidos com o suicídio do ator e comediante americano Robin Willians. Logo ele que só transbordava alegria e muito talento profissional. Até que a morte veio e o leva, sem direito a um tchau.
            Há um filme maravilhoso que se chama “A felicidade não se compra”, no qual um indivíduo desesperado tenta suicidar-se e encontra outro (um anjo) que conversa com ele e tenta perceber a raiz de seu desespero. Quando o indivíduo declara que ninguém gosta dele, que nunca foi útil e que nada em sua vida deu certo, o anjo mostra-lhe como está enganado. Através de uma narrativa que recorre ao clássico flashback cinematográfico, o anjo rebobina todo o filme da vida daquele sujeito para lhe mostrar como sua existência fez toda a diferença.
            Esse filme poético e construtivo dá o que pensar na medida em que a vida daquele indivíduo parecia absolutamente banal. Tão banal que quase caímos no mesmo erro do personagem principal que acreditava ter vivido uma vida inútil.
            Já disse que, para mim, a felicidade é a soma de pequenos e grandes momentos que vivemos e jamais um dado adquirido. Podemos ser mais felizes durante breves minutos, meses ou anos do que outros que atravessam uma vida inteira tentando alcançar a dita felicidade. O que não impede, às vezes, de chutar o balde e arriscar novos vôos.
            Há também a questão dos valores que vão servir de balizadores para demonstrar constantemente se você está no caminho certo. Todo momento é um convite para que você decida quem é. E através desses valores que a cultura japonesa funciona da seguinte maneira: você precisa pensar na sociedade, depois na família e, por último, em você. Ou seja, se estiver com algum problema, não poderá demonstrar para a sociedade, pois todos irão se afastar de você e isolá-lo. Se falar com sua família, será tachado de fraco e desprezível. Nessa hora, sentindo-se sozinho, sem ninguém com quem compartilhar um problema, a pessoa pode ficar tão fragilizada e envergonhada que prefere abrir mão da própria vida a expor o que considera um fracasso.
            Por isso, no Japão, com base em tais princípios, a média nacional é de um suicídio a cada 20 minutos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, nas piores épocas, o tempo entre uma morte e outra cai para até 15 segundos.
            Acredito profundamente que só somos capazes de ser felizes se vivemos firmes no propósito de dar um sentido a tudo o que fazemos, dizemos e pensamos. Somente assim podemos estufar o peito e dar aquele arrebento grito: “xô, pessimismo!”.

                                                                   LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                                                                lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                                                             Advogado e mestre em Administração

                

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