Recentemente
fomos surpreendidos com o suicídio do ator e comediante americano Robin
Willians. Logo ele que só transbordava alegria e muito talento profissional.
Até que a morte veio e o leva, sem direito a um tchau.
Há um filme maravilhoso que se chama
“A felicidade não se compra”, no qual um indivíduo desesperado tenta
suicidar-se e encontra outro (um anjo) que conversa com ele e tenta perceber a
raiz de seu desespero. Quando o indivíduo declara que ninguém gosta dele, que
nunca foi útil e que nada em sua vida deu certo, o anjo mostra-lhe como está
enganado. Através de uma narrativa que recorre ao clássico flashback
cinematográfico, o anjo rebobina todo o filme da vida daquele sujeito para lhe
mostrar como sua existência fez toda a diferença.
Esse filme poético e construtivo dá
o que pensar na medida em que a vida daquele indivíduo parecia absolutamente
banal. Tão banal que quase caímos no mesmo erro do personagem principal que
acreditava ter vivido uma vida inútil.
Já disse que, para mim, a felicidade
é a soma de pequenos e grandes momentos que vivemos e jamais um dado adquirido.
Podemos ser mais felizes durante breves minutos, meses ou anos do que outros
que atravessam uma vida inteira tentando alcançar a dita felicidade. O que não
impede, às vezes, de chutar o balde e arriscar novos vôos.
Há também a questão dos valores que
vão servir de balizadores para demonstrar constantemente se você está no
caminho certo. Todo momento é um convite para que você decida quem é. E através
desses valores que a cultura japonesa funciona da seguinte maneira: você
precisa pensar na sociedade, depois na família e, por último, em você. Ou seja,
se estiver com algum problema, não poderá demonstrar para a sociedade, pois
todos irão se afastar de você e isolá-lo. Se falar com sua família, será
tachado de fraco e desprezível. Nessa hora, sentindo-se sozinho, sem ninguém
com quem compartilhar um problema, a pessoa pode ficar tão fragilizada e
envergonhada que prefere abrir mão da própria vida a expor o que considera um
fracasso.
Por isso, no Japão, com base em tais
princípios, a média nacional é de um suicídio a cada 20 minutos. De acordo com
a Organização Mundial da Saúde, nas piores épocas, o tempo entre uma morte e
outra cai para até 15 segundos.
Acredito profundamente que só somos
capazes de ser felizes se vivemos firmes no propósito de dar um sentido a tudo
o que fazemos, dizemos e pensamos. Somente assim podemos estufar o peito e dar aquele
arrebento grito: “xô, pessimismo!”.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre em Administração
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