Definitivamente,
o Brasil não estava preparado para sediar a Copa do Mundo de 2014. Não foi uma
boa idéia. Estamos passando por uma situação humilhante e ridícula com as obras
de mobilidade urbana, que além de estarem atrasadas, na sua maioria também
apresentaram problemas. A pauta dos descontentes, principalmente das ruas, é
claro. Fácil de ouvir.
Não bastasse isso, temos ainda a
questão da insegurança pública. Por que os turistas estão apavorados com a
segurança na Copa no Brasil? Sem tergiversar, deve-se ao alto índice de
violência que vem tomando conta das principais capitais do País, haja vista que
até agora o governo federal e os estaduais não fizeram nada de concreto para
combater a bandidagem.
Não podemos deixar de reconhecer que,
até então, somos um baita vexame na política de segurança pública. Li, outro
dia, que um dos jornais britânicos, Daily Mirror, publicou que a cidade de
Manaus (onde a seleção inglesa vai jogar) era um “buraco do crime” povoado de
“bandidos enlouquecidos por narcóticos”.
Ora, ora... Retórica inflamada à
parte, o referido tablóide, neste caso, não pode ser acusado de
sensacionalismo. O Mapa da Violência de 2013, uma publicação do Centro
Brasileiro de Estudos Latino-Americanos, mostrou que a cidade de Manaus ocupa a
sexta pior posição entre as capitais do País em matéria de homicídio: 56,2 para
cada 100 mil habitantes (dados de 2011). No Reino Unido, no mesmo ano, houve um
homicídio para cada 100 mil pessoas. Em Londres, o índice foi de 1,6 – dados de
2009.
Pelo andar da carruagem, é forçoso
reconhecer que algo saiu errado no script minuciosamente montado pelo o Brasil
para apresentar a FIFA e ao mundo, onde mostrava uma versão edulcorada de
sucesso, otimismo e crescimento.
É aquela coisa: ou o governo muda,
ou nada muda. Trata-se de um problema nacional (e grave!), e não de briga de
vizinhos. Parece-nos que o governo (federal e estadual) nada aprendeu, ou
melhor, como se diz lá no interior, “além do ABC nada aprendeu” – em matéria de
segurança.
Os registros de criminalidade são
implacáveis e assombrosos. A primeira palavra que me vem à cabeça, é claro,
“incúria”. Incúria de nossas autoridades no combate a uma situação já
estereotipada de violência bestial e primitiva. Pois não se consegue oferecer
serviços de qualidade, reduzir a insegurança e aumentar a confiança nas
instituições, nem se consegue mediar conflitos e conter atos violentos.
A verdade é que lidamos com
problemas da segurança que há muito já deviam ter sido superados, pelo menos,
atenuado. Mas, o que se vê, quando muito, é uma tímida autocrítica.
LINCOLN
CARTAXO DE LIRA
Advogado
e Administrador de Empresas
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