segunda-feira, 7 de abril de 2014

A Segurança na Copa



       Definitivamente, o Brasil não estava preparado para sediar a Copa do Mundo de 2014. Não foi uma boa idéia. Estamos passando por uma situação humilhante e ridícula com as obras de mobilidade urbana, que além de estarem atrasadas, na sua maioria também apresentaram problemas. A pauta dos descontentes, principalmente das ruas, é claro. Fácil de ouvir.
            Não bastasse isso, temos ainda a questão da insegurança pública. Por que os turistas estão apavorados com a segurança na Copa no Brasil? Sem tergiversar, deve-se ao alto índice de violência que vem tomando conta das principais capitais do País, haja vista que até agora o governo federal e os estaduais não fizeram nada de concreto para combater a bandidagem.
            Não podemos deixar de reconhecer que, até então, somos um baita vexame na política de segurança pública. Li, outro dia, que um dos jornais britânicos, Daily Mirror, publicou que a cidade de Manaus (onde a seleção inglesa vai jogar) era um “buraco do crime” povoado de “bandidos enlouquecidos por narcóticos”.
            Ora, ora... Retórica inflamada à parte, o referido tablóide, neste caso, não pode ser acusado de sensacionalismo. O Mapa da Violência de 2013, uma publicação do Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos, mostrou que a cidade de Manaus ocupa a sexta pior posição entre as capitais do País em matéria de homicídio: 56,2 para cada 100 mil habitantes (dados de 2011). No Reino Unido, no mesmo ano, houve um homicídio para cada 100 mil pessoas. Em Londres, o índice foi de 1,6 – dados de 2009.
            Pelo andar da carruagem, é forçoso reconhecer que algo saiu errado no script minuciosamente montado pelo o Brasil para apresentar a FIFA e ao mundo, onde mostrava uma versão edulcorada de sucesso, otimismo e crescimento.
            É aquela coisa: ou o governo muda, ou nada muda. Trata-se de um problema nacional (e grave!), e não de briga de vizinhos. Parece-nos que o governo (federal e estadual) nada aprendeu, ou melhor, como se diz lá no interior, “além do ABC nada aprendeu” – em matéria de segurança.
            Os registros de criminalidade são implacáveis e assombrosos. A primeira palavra que me vem à cabeça, é claro, “incúria”. Incúria de nossas autoridades no combate a uma situação já estereotipada de violência bestial e primitiva. Pois não se consegue oferecer serviços de qualidade, reduzir a insegurança e aumentar a confiança nas instituições, nem se consegue mediar conflitos e conter atos violentos.
            A verdade é que lidamos com problemas da segurança que há muito já deviam ter sido superados, pelo menos, atenuado. Mas, o que se vê, quando muito, é uma tímida autocrítica.


                                                         LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                         lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                         Advogado e Administrador de Empresas
           

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