domingo, 8 de dezembro de 2013

O peso da burocracia



       Não é segredo que o Brasil está entre os piores países do mundo quando o assunto é burocracia, custo ou infraestrutura. No quesito burocracia, é mais uma de nossas jabuticabas.
            Aliás, o excesso de burocracia prejudica a competitividade de 92% das indústrias brasileira. A avaliação é da Confederação Nacional da Indústria (CNI), através de pesquisas realizadas recentemente junto à indústria da construção e de transformação e extrativa.
            O Brasil precisa de crescente atenção com os estorvos da burocracia, e qualquer pessoa de bom senso conhece isso, menos o governo Federal e os nossos Congressistas. Enquanto outros países cortam a burocracia e os tributos para incentivar os negócios, o Brasil fustiga os seus empreendedores.
            Conversei com um velho amigo e contemporâneo de universidade sobre esse tema, e aqui vão algumas linhas de nossa conversa. O descompasso do ambiente de negócios brasileiro fica explícito no cotejo internacional. À medida que outros países se esforçam para incentivar os investimentos, reduzindo a tributação e a burocracia, no Brasil o avanço nesse sentido é lento, ou quase nada acontece.
            Ficou ainda registrado nesse papo coloquial que, noutros países, as novas empresas, estrangeiras ou nacionais, são valorizadas, porque criam empregos, geram riquezas e pagam imposto. Mas não é o que acontece no Brasil. Soa contraditório para um País que quer atrair investimentos, principalmente o externo.
            Nada mais exaustivo do que enfrentar a burocracia para registrar uma empresa ou formalizar a construção de um empreendimento imobiliário. Beira o ridículo ao falar nisso. Mas, eu mesmo fui vítima desse aperreio burocrático quando parti para a execução de uma obra de construção de pequeno porte. Pense no vexame. Era tanta papelada, inspeção, tributos, exigência de registros e licenças e “otras cositas más”, que deu vontade de desistir. É sério.
            Não se trata de simples ponto fora da curva, por assim dizer, mas de exemplo eloquente de inépcia administrativa, de falha e de morosidade da máquina estatal tão frequentes que se tornaram regra. Vá por mim, é difícil e todo cuidado é pouco. Talvez aí se explique porque esse ambiente é tão vulnerável à corrupção.
            Aproveito o ensejo e colo aqui a elocução de um articulista: O Estado brasileiro tem uma tradição intervencionista muito forte. É um Estado que pode muito, mas se move muito devagar, e boa parte disso deve-se ao peso da burocracia, o que prejudica o foco da eficiência.
            Incomoda-me o descaso e a omissão das autoridades em relação a nossa burocracia, achando até que esse discurso é bobo. Pois, o pior cego é aquele que não quer enxergar a realidade.
           
                                                                        LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                                                                        lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                                                                   Advogado e Administrador de Empresas

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