segunda-feira, 26 de novembro de 2012

A idade do poder

            Dias atrás, li uma reportagem mostrando que uma nova geração descobre que a melhor fase da vida chega aos 50 anos. Ter autonomia e equilíbrio entre trabalho e vida pessoal é uma das questões mais valorizadas por esses cinquentões.
            O paroxismo do privilégio de chegar a essa fase, alguns estudiosos estão chamando de “A idade do poder”. Seja pelo potencial enorme de consumo, seja pela experiência profissional (valorizada e cobiçada), seja pela sensação da qualidade de vida (entretenimento, diversão, lazer... e uma cabeça bem resolvida).
            Como disse um famoso humorista, o homem não tem idade que está no registro civil, e sim, a idade que ele sente. Sentindo-se velho, é velho. Ademais, para viver, é preciso dar sentido à vida, sobretudo, dar sentido a cada instante vivido, a cada minuto da vida, é viver em estado de alerta.
            As pessoas de 50 anos de hoje em nada se lembram de um passado não tão distante. Muitas têm o corpo tanto ou mais em forma que seus filhos adultos. Outras estão no pique para ter filhos (biológicos ou adotivos), começar uma nova faculdade, um novo romance, uma nova empreitada ou qualquer outra aventura. É um fenômeno mundial.
            Graças o vezo filosofante dessa satisfação, o hábito de tentar disfarçar a idade parece estar ficando démodé – para usar uma expressão francesa que também saiu da moda. A maioria deles, mesmo os mais vaidosos, encara a idade de forma positiva. Não querem ter 10 ou 20 anos a menos. Não querem ser estereotipados como garotões. Querem estar bem aos 50.
            A verdade é que a vida só oferece duas opções: morrer novo ou ficar velho, dando razão ao provérbio chinês, aborda essa contradição: “O homem se engana: reza para ter vida longa e teme a velhice”. Reparando bem, talvez a engenharia genética deva acabar com a velhice, mas não será no nosso tempo. Que pena!
            Parece papo antigo, mas não é.  Durante a juventude, não deixamos de pensar em outra coisa senão em se tornar finalmente um adulto responsável e desfrutar a liberdade de fazer nossas próprias escolhas. Porém, chega o momento em que o mundo real bate à nossa porta, e nós não sabemos como se comportar ou qual caminho a seguir. É aí que o cinquentão leva vantagem, independente de manual de instruções, placas, mapas ou bússolas, ele passa a tocar à vida e seguir um jeito só seu de trilhar o próprio caminho. 
            Aliás... jamais esqueci a fraseologia do meu sábio professor de colegial: “Enquanto você conseguir admirar e amar, será jovem para sempre”.


                                                               LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                               lincoln.consultoria@holtmail.com
                                                                Advogado e Administrador de Empresas
                            

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