segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Plano Nacional da Educação

            Salta aos olhos, há anos, o mau desempenho de nossa educação. Fica evidente também que a desigualdade educacional é tão prevalente em nosso País quanto à desigualdade de renda.
            Recentemente foi concluída a votação do novo Plano Nacional de Educação, através da comissão especial da Câmara Federal, onde o governo se compromete a investir 7% do PIB na educação nos primeiros cinco anos de vigência do plano (até 2016) e 10% ao final de dez anos (até 2021). Meta: fim do analfabetismo, aumento do atendimento em creches, ensino em tempo integral (pelo menos 50% das escolas públicas) e crescimento das vagas no ensino superior.
            Não deixa de ser uma medida alvissareira. Porém, é preciso acompanhar de perto a real aplicação desses recursos. E há razão de sobra para tamanha preocupação, em particular o cuidado no mecanismo do mercado negro de consciência em troca do vil metal. Para não transformar essa notícia, como avisara Chico Buarque, “uma alegria fugaz”.
            Eu botei na cabeça que existe uma percepção de fadiga e “sabe-deus-o-quê-mais” em todo processo de educação. É fato notório de que o Brasil ainda não fez sua lição de casa. Quando falamos em qualidade social da educação, é fundamental considerar o custo-aluno-qualidade e aspectos com a redução do número de alunos em sala de aula, valorização, salários dignos e formação continuada dos docentes.
            É perfeitamente sabido, até nos berçários, nessa época (de eleições) o que não falta são candidatos completamente desenvoltos, despejando cheques e promessas na praça, notadamente àquela que, por milagre, pode vir beneficiar a educação. Detalhe: quando são sufragados deixa de lado esse tema numa inquietante letargia, e passa a sonhar com outros negócios da China, jogando a sofrida educação na sarjeta. É preciso, então, quebrar o silêncio e agitar para não tolerar mais essa vergonha escancarada.
            Ratifico um axioma peculiar que me acompanha e que jamais perdeu a faculdade de me maravilhar: A educação pode não resolver todos os problemas, mas nenhum deles se resolve sem educação. Com truques retóricos e o balaio de estatísticas, mesmo assim, o governo não consegue justificar o porquê, só em 2011, foram gastos R$ 230 bilhões em juros da dívida, mas diz não ter R$ 450 bilhões para gastar em dez anos para a educação.
            É fácil falar, julgar, criticar, apontar erros; difícil é encontrar alguém bem intencionado para mudar esse estado de coisas, que se traduz em mazelas da educação!


LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e Administrador de Empresas

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