domingo, 11 de março de 2012

O bom exemplo de Bill Gates

       Lembrei de uma frase que li em algum lugar, ou que talvez ouvido alguém dizer: na personalidade do avarento (apego excessivo ao dinheiro) está ligado a um mórbido medo de falta ou de escassez dos tesouros em que coloca a sua alma.
            Uma lucidez plena de cidadania e de afeto ao próximo, o famoso Bill Gates - o ícone nerd e criador da Microsoft - não pensa assim. Uma prova disso é que ele está gastando seus bilhões para salvar a vida de pobres pelo mundo. É verdade. Já doou 48% do seu patrimônio (28 bilhões de dólares) para causas filantrópicas.
            Simples como somente os sábios conseguem ser, sabedor das fraquezas e das necessidades humanas, Bill está decidido que os seus três filhos herdarão “apenas” 5% de sua fortuna. O restante, ou 95% de tudo o que conquistou, promete ceder em vida.
            Baseado também nos princípio da eticidade e da moralidade, é um cara que jamais mercadejou suas idéias. Convicto que tem uma missão, dá uma explicação para tal gesto: “Não acho que deva ser uma obrigação moral dos ricos darem de volta seu dinheiro. Mas, afinal de contas, que escolha eles têm? Não podem gastar tudo consigo mesmo e não é bom para seus filhos começar a vida super-ricos”.
            Veja, veja... No turbilhão da vida moderna, muitos encaram ricaços benemerentes com desconfiança, é o caso de alguns o acusarem de se transformar num socialista barato e falacioso. Claro que não! “A chave da questão é ter um mundo sem pobres. E eu não me importo se forem todos igualmente ricos”, confessa.
            É muito ruim ser etiquetado de qualquer coisa, principalmente quando está em jogo o “vil metal”. No plano mais prosaico, o ricaço é quase sempre apontado de arrogante, de autossuficiente, que ostenta luxo e ocupa sorridente a página das revistas de variedade.  Em razão disso, beira o preconceito. Vale lembrar, no espírito de “fair play” no mundo dos negócios, não existe apologia do ideal da vida franciscana, mesmo sendo instigado constantemente pelo tró-ló-ló de certos “evangélicos” televisivos.
            Bom parar por aqui. Portanto, quando vejo outro bilionário, o brasileiro Eike Batista (do grupo EBX), no afã desesperado de ser o número “1” mais rico do mundo, gostaria que tivesse a mesma preocupação, como Bill Gates, dividir o que tem aprendido profissionalmente e encorajar os outros a pensar grande quando quiserem doar. O povão, por sua vez, agradece!


                                                           LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                           lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                            Advogado e Administrador de Empresas   



           

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