segunda-feira, 1 de agosto de 2011

O drama da educação

            É só espiar que é linguagem comum de todos os discursos, desde o Brasil colônia, que a melhoria da Educação brasileira continua sendo uma fascinante promessa de políticos em campanha eleitoral. Traduzida em frases grandiloquentes como “a prioridade das prioridades” e “tudo pela sociedade do conhecimento”. Ou da metáfora cínica tipo para “superar o apagão educacional”.
            A chaga do analfabetismo, que deveria aviltar qualquer governante, atinge 14,1 milhões de brasileiros, 9,7 da população com idade superior a 15 anos. O número salta de forma galopante se forem incluídos nessa conta os analfabetos funcionais. Segundo o Relatório UNESCO 2010, no ranking de 128 países, conhecido como Índice de Desenvolvimento de Educação para Todos (IDE), perdemos, nos últimos de anos, 16 posições, ou seja, passamos de 72º. para 88º. Na América do Sul, só não perdemos para a pequena nação de Suriname.
            É um acinte, uma tapa na cara da cidadania brasileira saber que o governo continua gastando bilhões de reais com o pagamento de juros e amortizações da dívida enquanto a verba para a educação é contingenciada. Não sabia? Então, a educação passou a ser vista como mercadoria e o Estado desobrigou-se de cumprir seu papel de ente responsável pela disponibilização desse bem público para o conjunto da sociedade. E os empresários da educação, por sua vez, continuam a não ter o que reclamar.
            A propósito do descaso com a nossa educação, há uma história debochada contada por um velho amigo de bate-papo. O cara termina o segundo grau e não tem vontade de fazer uma faculdade. O pai, revoltado, dá um apertão:
            - Ahh, não quer estudar? Pois bem, vadio dentro de casa eu não mantenho.
            Esse Senhor, que tem muitos amigos, fala com um deles, que é político:
            - Prezado Rodrigues! Meu filho terminou o segundo grau e anda meio à toa, não quer estudar. Será que tu consegues algum emprego pro rapaz?
            Depois de três dias, Rodrigues liga:
            - Zé, já tenho. Assessor de Comissão de Saúde no Congresso, R$ 9.000,00 por mês, prá começar.
            -Tu tá louco! O garoto recém terminou o colégio, não vai querer estudar mais, consegue algo mais baixo, alguma coisa de R$ 700,00 ou R$ 900,00.
            - Isso é impossível Zé! Para essa faixa salarial só se for por concurso para Professor, com título superior, mestrado... É difícil.
            Conclusão: mais grave do que minimizar o problema da educação, seja o descompromisso desavergonhado como se trata a questão na prática.


                                                LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                lincoln.consultoria@hotmail.com
                                              Advogado e Administrador de Empresas

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