segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Como buscar a longevidade

       Sim, é verdade, estamos ficando mais velhos. Para alguns, a passagem do tempo é uma bênção; para outros, uma calamidade. Mas envelhecer é uma realidade à qual nenhum de nós pode escapar.
            A genética determina cerca de 25% do nosso tempo de vida, já o restante (75%) só depende da gente – do ambiente em que vive, de como se cuida e de como encara os acontecimentos. Nota-se que a velhice começa quando se olha para trás em vez de olhar para frente.
            Diz-se por aí que o futuro a Deus pertence. Olha, foge à minha compreensão essa percepção. Então, ter interesse em viver, não parar de fazer planos, continuar cultivando amigos e poder usufruir do mundo e de suas evoluções é primordial para atingir a longevidade. Por temer as consequências dessas ações, nos impedem às vezes de seguir adiante.
            Como disse um arguto observador: não tema deixar para trás as coisas que já morreram. Elas são como uma bagagem que não é mais necessária. Somente nossa experiência de vida e nosso desejo de criar uma existência cheia de significado são tesouros leves para carregar.
            Quanto mais leio, convenço-me que viver de arrependimentos do passado ou orgulhar-se permanentemente do que já aconteceu não funciona, leva a decadência. O Passado deve ficar no passado. Tenha sempre os olhos no futuro. A referência é sempre a montanha seguinte. Os alpinistas dizem que a montanha que importa é a próxima; a que já foi escalada não tem mais poder de fascínio.
            O estudo mais recente sobre a longevidade, lançado nos Estados Unidos, mostra que pessoas produtivas, envolvidas e comprometidas com sua atividade, morreram depois. Enquanto os mais relaxados, extremamente otimistas, morreram antes dos prudentes e pessimistas. Por acreditarem que nada de ruim lhes aconteceria, cuidaram menos da saúde e se expuseram mais a acidentes.
            Parece bobagem, mas não dá para ficar “com a boca escancarada e cheia de dentes esperando a morte chegar”, como diria o menestrel roqueiro Raul Seixas. Se alguém perceber que está nesta situação, é hora de sair para o tudo o nada e mostrar que seu coração ainda pulsa.
            E é assim mesmo, porque, afinal, as coisas não nasceram para dar certo, somos nós é que fazemos as coisas acontecerem, ou não. Por isso que Olacyr de Morais, 80 anos, o ex-rei da soja, sempre acompanhado de belas jovens, fala que o segredo de sua longevidade é não ficar sozinho. Mesmo na pior, nunca cogitou se aposentar – nem ficar sem amigas. “Quando o velho convive com o jovem, vê coisas mais novas”, explica. Dá prá sacar?
            Não há escapatória: envelhecer é parte natural da vida, onde se celebra a sabedoria através da experiência adquirida.

                                                   LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                    lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                    Advogado e Administrador de Empresas
 
           

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