Quem
não se lembra dessas expressões (midiático): “Não esqueça a minha Caloi”;
“Compre Batom”; “Danoninho vale mais do que um bifinho”... Que tanta
influência teve na nossa infância, através dos apelos publicitários, sempre na
passagem comemorativa ao Dia das Crianças.
Ainda
hoje, continua, de forma mais “descartabilizada”, onde as imagens e os sons que
nos atravessam sem nos pedir permissão. A palavra foi substituída pela imagem.
O abraço, pelo objeto. O desejo, pela necessidade. O medo do lobo mau, pelo
medo da realidade.
Segundo
o mestre-psicólogo Lais Fontenelle Pereira, a publicação participa da formação
de nossas crianças tanto quanto a escola. As crianças são desde cedo incitadas
a participar da lógica de mercado. A forma como são olhadas e investidas pelos
outros passam pela cultura do consumo.
Nossa
sociedade é consumista, e isso equivale a dizer que acreditamos que os objetos
(explorado pela mídia) poderão nos trazer tudo o que nos falta. E para fugir
desse estereotípico temos que desmistificar essas ações, transformando esse dia
num momento especial, no qual o presente não será o mais importante, e sim, uma
demonstração do amor que os pais podem dar aos filhos.
Daí
depreender-se ser fundamental termos a obrigação de filtrar para nossos filhos
(ajudando-os a desenvolver uma atitude crítica) tudo com o que os meios de
comunicação tendem a bombardeá-los. Explicando-lhes que a propaganda utiliza
uma linguagem diferente (mercantil), que não tem nada de compromisso específico
com as necessidades e os anseios de nossa família.
A
propaganda, o que há mais importante é ser o primeiro a chegar à sua mente e
fazer de você um cliente. E se o elemento em questão é a mente, o assunto é
realmente sério.
Assim,
não só as crianças, como também nós podemos ser influenciados pela mídia porque
ela entra em nossa mente sem pedir licença. Basta você chegar em casa, ligar o
televisor e já estará pagando um bom preço pelo que está vendo. Você é o
pagamento; a sua atenção é o lucro dos anunciantes.
E
o mais grave: de acordo com pesquisa norte-americana, bastam apenas 30 segundos
para uma marca influenciá-las. Se pensarmos que a criança brasileira passa em
média cinco horas por dia em frente à TV (fonte: Ibope), quanta influência da
mídia ela sofre?
Sem
falsear a verdade, a criança não se traumatiza por falta de grandes presentes,
mas sim, quando se sente abandonado afetivamente pelos pais.
Com
ajustes daqui e dali vamos subverter a ordem estabelecida do consumo
desenfreado, trocando o shopping pelo parque, por uma fazendinha – como uma que
eu adotei e coordeno no condomínio Victory. Fabricando os próprios brinquedos, em vez
de comprá-los prontos. Pois, o importante nisso tudo, não é o presente, mas o
estado de felicidade que possa levar a criança; uma vez que ser feliz é o meio
mais seguro de se aproximar do bem.
Vamos
ser mais diligentes com os nossos pirralhos!
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado, administrador e escritor
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