quarta-feira, 3 de março de 2021

Imunidade parlamentar

Consciência coletiva 

 

               É tanta indignação em relação ao combate do Coronavírus que não cabe neste espaço. 

            Para colaborar com tema, o que mais me chama a atenção é a falta de consciência da população, ou seja, a falta de consciência coletiva. Sem falar das atitudes estapafúrdias (cheia de rótulos e preconceitos) do presidente Jair Bolsonaro, que tem levado o sistema de saúde nacional à beira do colapso. 

            Fico pau da vida com os absurdos ocorrendo de maneira concomitante ao longo dessa pandemia que a palavra inacreditável parece ter perdido um pouco do sentido por essas bandas. É o caso, mesmo proibido, das festas clandestinas que seguem bombando por toda parte. É algo horripilante de ser visto. Isso não tem desculpa, não tem perdão. 

            A pandemia sem controle volta a provocar recordes de mortes diárias, e a baderna econômica ameaça reconduzir o país à recessão e ao drama social. Levando-nos a um misto de indignação e vergonha. O cenário é de exaustão e pessimismo. 

            O atraso na imunização e a constante sabotagem da população às medidas de restrição implantadas nos estados sufocaram as redes hospitalares e deixaram o ambiente livre para o surgimento de variantes que podem ser ainda mais perigosas do que a versão original do vírus. 

            O problema não é de pouca monta. Muitos casos da Covid-19 são leves ou até assintomáticos, de modo que é possível acabar transmitindo sem nem perceber. Um jovem com sintoma leve, que ache que só tem um resfriado, pode acabar contaminando um idoso mais fragilizado. O problema é que essa doença em pessoas com mais de 80 anos apresenta uma taxa de letalidade de mais de 20%. 

            As medidas mais básicas vêm sendo ditas à exaustão, mas não custa repetir: lavar as mãos constantemente, tossir ou espirrar tampando o rosto com a parte interna do cotovelo, evitar beijos e abraços e aglomeração. Sempre que possível, o ideal é mesmo promover o distanciamento social. 

            Apresso-me para dizer que cada pessoa que tiver manifestação clínica tem responsabilidade de não propagar a doença, de não colocar ninguém em risco. Especialistas em epidemias indicam que quando a população adere às medidas de contenção de uma doença, a curva de novos casos sofre um “achatamento”. 

            A população tem, sim, papel importante para evitar disseminação do Coronavírus. Proteger-se contra essa doença não é bom só para o próprio indivíduo, mas também para evitar a propagação do vírus. 

            Urge que a população tenha consciência disso. Que parece insano – e é. 

 

                                    LINCOLN CARTAXO DE LIRA 

                                                Advogado, administrador e escritor. 

 


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