É
tanta indignação em relação ao combate do coronavírus que não cabe neste
espaço.
Para colaborar com tema, o que mais
me chama a atenção é a falta de consciência da população, ou seja, a falta de consciência
coletiva. Sem falar das atitudes estapafúrdias (cheia de rótulos e
preconceitos) do presidente Jair Bolsonaro, que tem levado o sistema de saúde
nacional à beira do colapso.
Fico pau da vida com os absurdos ocorrendo
de maneira concomitante ao longo dessa pandemia que a palavra inacreditável
parece ter perdido um pouco do sentido por essas bandas. É o caso, mesmo
proibido, das festas clandestinas que seguem bombando por toda parte. É algo
horripilante de ser visto. Isso não tem desculpa, não tem perdão.
A pandemia sem controle volta a
provocar recordes de mortes diárias, e a baderna econômica ameaça reconduzir o
país à recessão e ao drama social. Levando-nos a um misto de indignação e
vergonha. O cenário é de exaustão e pessimismo.
O atraso na imunização e a constante
sabotagem da população às medidas de restrição implantadas nos estados
sufocaram as redes hospitalares e deixaram o ambiente livre para o surgimento
de variantes que podem ser ainda mais perigosas do que versão original do vírus.
O problema não é de pouca monta. Muitos
casos da Covid-19 são leves ou até assintomáticos, de modo que é possível
acabar transmitindo sem nem perceber. Um jovem com sintoma leve, que ache só
tem um resfriado, pode acabar contaminando um idoso mais fragilizado. O problema
é que essa doença em pessoas com mais de 80 anos apresenta uma taxa de
letalidade de mais de 20%.
As medidas mais básicas vêm sendo
ditas à exaustão, mas não custa repetir: lavar as mãos constantemente, tossir
ou espirrar tampando o rosto com a parte interna do cotovelo, evitar beijos e
abraços e aglomeração. Sempre que possível, o ideal é mesmo promover o
distanciamento social.
Apresso-me para dizer que cada
pessoa que tiver manifestação clínica tem responsabilidade de não propagar a
doença, de não colocar ninguém em risco. Especialistas em epidemias indicam que
quando a população adere às medidas de contenção de uma doença, a curva de
novos casos sofre um “achatamento”.
A população tem, sim, papel
importante para evitar disseminação do coronavírus. Proteger-se contra essa
doença não é bom só para o próprio indivíduo, mas também para evitar a
propagação do vírus.
Urge que a população tenha
consciência disso. Que parece insano – e é.
LINCOLN
CARTAXO DE LIRA
Advogado, administrador e escritor
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