Pelos números até aqui apontados, atrevo-me
a afirmar que não vejo ainda razão para adotar o “lockdown”, ou confinamento, em
especial em João Pessoa e na região metropolitana. O burburinho em torno de
aplicar ou não essa dolorosa medida tem sido uma das alternativas de seus
governantes no combate ao coronavírus.
O caso é sério, sim. Cada perda (vida)
representa uma enorme dor. Mas antes de aderir ao tal “lockdown”, pela sua
complexidade e pelo seu impacto, se faz necessário um plano mais parrudo, com
medidas mais restritivas de circulação de pessoas. Soma-se: uma comunicação (orientação)
mais agressiva junto à população sobre como se defender dos males dessa
pandemia.
De pusilanimidade em pusilanimidade o
povo não suporta mais. Lançar simplesmente o “lockdow”, numa atitude paranóica
e onipotente, vai quebrar empresas, aumentar o desemprego, gerar pobreza,
agravar a desnutrição infantil e provocar mais mortes por desespero e violência
doméstica. Quem abraça esse argumento deve estar pronto a aceitar suas
consequências.
Já não há dúvida de que a pandemia do
coronavírus provocará a maior retração da atividade econômica mundial desde a
Grande Depressão, iniciada em 1929. O seu impacto devastador no Brasil não pode
ser comparado com outros países mais estruturado econômico e financeiramente.
Pensei, lá no fundo, esse caminho
extremo agora não vejo como a melhor saída. Tampouco concordo com o presidente
Bolsonaro, com suas estapafúrdias opiniões, em liberar à volta da atividade
econômica sem critérios e sem ouvir as autoridades sanitárias.
Vivemos um tempo estranho. Muitos
desperdiçam tempo com debates estéreis, manifestações irresponsáveis e com a
promoção de ódio, sem romper a cegueira da ignorância, do egoísmo ou do
oportunismo. Alguns tentam fazer comício em velório, cultuando a morte, em vez
de celebrar a vida.
A Paraíba precisa sair desta turbulência
de pé, e não de joelhos.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre em Administração
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