As
falas destrambelhadas do presidente Jair Bolsonaro têm sido a sua marca. Com
todas as vênias de estilo, parece comportamento típico de aluado, que muda ao
sabor dos ventos e das conveniências particulares. Disparando desatinos a torto
e a direito.
O desenho claro: quase, ou melhor,
todos os dias é a mesma manifestação agressiva – esbravejando insultos.
Comporta-se como torcedor de arquibancada, que não tem responsabilidade com os
resultados. Pouco se lixando para as consequências de suas palavras. Esta
paisagem tornou-se rotina.
Absurdo é pouco! Desde a
redemocratização do país, nenhum presidente desafiou os limites impostos pela
Constituição como Bolsonaro, que submete as instituições democráticas a
estresse permanente com o claro objetivo de enfraquecê-las.
De seu improvisado palanque
presidencial, Bolsonaro espuma, se irrita, manda calar a boca de jornalista.
Quiçá agindo por vaidade e asneira, fidedigna combinação explosiva.
Mostrando-nos, assim, o seu despreparo para a liturgia do cargo que ocupa.
“E daí?”, daí presidente, Vossa Excelência
esquece que vivemos num regime democrático, e que a imprensa é a verdadeira
fonte da democracia. Sobrepujar esse preceito é o mesmo que ser considerado um
antidemocrata, um intolerante.
Figuras minúsculas da política e
simpatizantes de plantão insistem em achar que o presidente está no caminho
certo, desperdiçando energia num país em emergência (Covid-19). Se Bolsonaro
quer uma imprensa chapa branca, basta mudar para Cuba. Lá, como eu vi, visitando
a cidade de Havana, a imprensa não ousa questionar o poder governamental.
Em bom português, não é hora para
politicagem, jogo de palavras, mentiras ou confronto com inimigos imaginários.
O desafio que se coloca no momento é gigantesco: o Brasil precisa encontrar
soluções rápidas para que as pessoas não percam a vida nem o emprego. Basta
isso.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre em Administração
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