Estou
tomando um cuidado danado para não ficar amargo. Mas está difícil. Muito.
Principalmente quando vejo alguém contrário à volta dos cassinos no Brasil, com
o argumento que a jogatina leva ao vício, e o vício destrói família, que leva a
criminalidade.
No meu quadrante, penso o contrário.
A sua proibição cria mercados ilegais mais danosos à sociedade do que a
liberação regulamentada. A realidade evidencia que ninguém vai deixar de jogar por
causa da proibição; as apostas continuarão acontecendo, só que de forma
clandestina, com todos os seus malefícios.
Acreditem: dos 193 países-membros da
ONU, a grande maioria (146 nações) tem bingos e cassinos legalizados, enquanto
o Brasil integra a lista dos países em que há a proibição, sendo 75% deles
países islâmicos, prejudicando a tributação e a geração de emprego e renda.
Esses empreendimentos, como
cassinos, não funcionam como atrativo apenas as mesas, baralhos e roletas, mas
todo um complexo de entretenimento, como salões de bailes e shows de artistas
internacionais, peças teatrais e restaurantes de alta gastronomia. Isso nos
remete aos tradicionais e antigos hotéis do Brasil que exploravam os jogos como
o Grande Hotel Lambari (MG), o Quitandinha em Petrópolis (RJ), o Ahú, em
Curitiba (PR), entre outros.
Segundo Gilson Machado, presidente
da Embratur, “com os cassinos, vamos triplicar o número de turistas
estrangeiros”. Grupos americanos já disseram que, se o Brasil liberar os
cassinos, terão mais de US$ 15 bilhões (R$ 63 bilhões) para investir aqui.
Uma opinião dessalgada (gostei do
termo), uma manobra panfletária, de um marketing calculado e ridículo achar que
será o “fim do mundo” caso haja a volta dos cassinos. É incrível como distorcem
as coisas. Vamos acabar com essa mentalidade tupiniquim de que o Brasil é um
país de um futuro que nunca chega.
Ainda bem que o presidente da
Câmara, Rodrigo Maia (DEM), se mostra favorável ao Projeto de Lei de 2016
(liberação dos jogos), proposto pelo Senador Ciro Nogueira (PP), está com
relatório pronto para a votação no plenário.
Se quisermos pensar “prafentemente”
(como diria Odorico Paraguaçu, do Bem Amado), o Brasil tem que virar a chave e
se projetar para as mudanças. E a volta do cassino é a sacada!
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre em Administração
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