segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

A volta dos cassinos


             Estou tomando um cuidado danado para não ficar amargo. Mas está difícil. Muito. Principalmente quando vejo alguém contrário à volta dos cassinos no Brasil, com o argumento que a jogatina leva ao vício, e o vício destrói família, que leva a criminalidade.
            No meu quadrante, penso o contrário. A sua proibição cria mercados ilegais mais danosos à sociedade do que a liberação regulamentada. A realidade evidencia que ninguém vai deixar de jogar por causa da proibição; as apostas continuarão acontecendo, só que de forma clandestina, com todos os seus malefícios.
            Acreditem: dos 193 países-membros da ONU, a grande maioria (146 nações) tem bingos e cassinos legalizados, enquanto o Brasil integra a lista dos países em que há a proibição, sendo 75% deles países islâmicos, prejudicando a tributação e a geração de emprego e renda.
            Esses empreendimentos, como cassinos, não funcionam como atrativo apenas as mesas, baralhos e roletas, mas todo um complexo de entretenimento, como salões de bailes e shows de artistas internacionais, peças teatrais e restaurantes de alta gastronomia. Isso nos remete aos tradicionais e antigos hotéis do Brasil que exploravam os jogos como o Grande Hotel Lambari (MG), o Quitandinha em Petrópolis (RJ), o Ahú, em Curitiba (PR), entre outros.
            Segundo Gilson Machado, presidente da Embratur, “com os cassinos, vamos triplicar o número de turistas estrangeiros”. Grupos americanos já disseram que, se o Brasil liberar os cassinos, terão mais de US$ 15 bilhões (R$ 63 bilhões) para investir aqui.
            Uma opinião dessalgada (gostei do termo), uma manobra panfletária, de um marketing calculado e ridículo achar que será o “fim do mundo” caso haja a volta dos cassinos. É incrível como distorcem as coisas. Vamos acabar com essa mentalidade tupiniquim de que o Brasil é um país de um futuro que nunca chega.
            Ainda bem que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), se mostra favorável ao Projeto de Lei de 2016 (liberação dos jogos), proposto pelo Senador Ciro Nogueira (PP), está com relatório pronto para a votação no plenário.
            Se quisermos pensar “prafentemente” (como diria Odorico Paraguaçu, do Bem Amado), o Brasil tem que virar a chave e se projetar para as mudanças. E a volta do cassino é a sacada!

                          
                                               LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                               lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                            Advogado e mestre em Administração

               

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