O
tempo também urge quando se trata de compromisso que não podemos adiar e nem
sequer chegar atrasado. Foi um desses compromissos que tenho semanalmente ao
Recife que fui obrigado, em razão do horário (agenda), a almoçar rapidamente
num daqueles restaurantes de beira de estrada.
Não sei se posso chamar de
restaurante ou barraca. Só sei que é tudo simples. E uma coisa que me chamou
atenção foi que, enfrente a esse “estabelecimento”, se formava uma fila de caminhoneiros
estacionados. Um bom sinal. Olhei de lado para o meu motorista e falei:
“Devemos engolir a vergonha, e vamos comer aqui”.
Como já evidenciei, o lugar é
modesto demais. Para se sentar, só em banco de madeira grosseiramente fixado.
Não existem paredes, nem tampouco energia. A coberta foi construída com resto
de madeira, zinco e papelão. As mesas espalhadas pelo salão de chão sem piso,
apenas em terra batida com argila. Destaque: encima de cada mesa uma garrafa “pet
de 2 litros” cheia de água, quase congelada (grátis). Como se fosse decoração.
Nossa! O mictório improvisado
funciona ao lado do restaurante, em um pequeno quadrado, cercado por uma lona
preta já bem surrada. Para quem se encontra em apuros/aperreios urinários,
qualquer lugar está bom, né?
Interessante, eu já comi em lugares toscos,
mas esse é, de fato, um autêntico: restaurante de caminhoneiros. Quando me
sentei, olhei em volta e percebi que eu e o meu motorista éramos os únicos “não
caminhoneiro” do lugar. O “buffet” servido em panelas de barro, cuja cardápio
(anunciado em voz alta) está na raiz da nossa cultura gastronômica. Pense que
maravilha, que comida gostosa.
Desde já, peço desculpas ao crítico
da arte culinária, e chego à conclusão que a solução pro excesso de frescura
que nos ronda é a boa comida simples e caseira, tudo quentinho e saboroso. E o
precinho, ó!
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre em Administração
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