O
leitor vai me permitir continuar falando sobre o meu artigo anterior. Até para
matar ainda a curiosidade de quem é apreciador da boa comida.
Uma coisa que abomino é qualquer
traço de preconceito na escolha de um determinado restaurante. Vai mais pela
sua aparência da instalação física (que não deixa de ter o seu quesito de
importância) do que pelo atendimento e pela própria comida. Sujeitando até a
enfrentar uma tremenda fila, por longas horas, só pelo o instinto da vaidade de
frequentar um restaurante badalado.
Vejo que o culto aos restaurantes
chiques e chefs estrelados, diante da crise econômico-financeira que ora atravessa
o nosso País, não está tão em alta. Dando assim oportunidade no aquecimento a
outros estabelecimentos gastronômicos mais modestos, cujo foco é servir a boa
comida simples, gostosa e barata.
O restaurante de beira de estrada
que visitei recentemente, numa viagem que fiz ao Recife, constatei bem essa
realidade. Além da comida simples e caseira, destaco o bom atendimento que faz
atrair a sua clientela. Um agradinho aqui, outro acolá.
Como já disse, o referido local é
muito simples, nada de majestoso e bonito, no atendimento estava uma mocinha,
acredito filha da dona do restaurante, de cabelo coberto com a touca branca de
cozinheira e com sorriso solto, me abordou: “Senhor, fique a vontade. Aqui não
tem balança. Só na carne que se tem direito a dois pedaços”.
Observei ainda que nesse restaurante
tão modesto não se vê aquele frenesi de celulares durante a refeição, como
costumeiramente ocorre nos restaurantes chiques, mas, sim, uma clientela
desfrutando o prazer da comida e da comunicação com os companheiros da mesa.
Neste mundo de Deus há espaço para
todos os negócios. Tem que driblar a mesmice e se reinventar, e nós, como
clientes, temos que valorizar quem merece – sem preconceitos.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre em Administração
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