Recentemente o presidente dos EUA,
Barack Obama, visitou a cidade japonesa de Horoshima, onde o seu país lançou a
primeira bomba nuclear do mundo. A importância desse acontecimento deve-se ao
fato de ser a primeira de um presidente americano em exercício ao local.
O argumento de sua visita não foi
para pedir desculpas pelo ataque nuclear, mas para honrar todos os mortos da
Segunda Guerra Mundial (1939-1945). A bomba demolidora, que pôs fim a guerra,
foi rápida e eficiente como um detergente, uma mata-baratas.
Alguns historiadores afirmam que a
destruição de Hiroshima foi “desnecessária” militarmente. O Japão estava de
joelhos, querendo preservar apenas o imperador Hirohito e a monarquia. Uma das
razões reais era que o presidente e os falcões da época queriam também testar o
brinquedo novo. Truman fala dele como um garoto: “Uau! É o mais fantástico
aparelho de destruição jamais inventado!... No teste, fez uma torre de aço de
60 metros virá um sorvete quente!...”. Só uma palavra descreve essa atitude:
hipocrisia.
Ademais, os americanos tinham de se
vingar de Pearl Harbour, de surpresa, exatamente como o ataque japonês três
anos antes. Queriam também intimidar a
União Soviética, pois começava a Guerra Fria, além, é claro, de exibir para o
mundo um show “maravilhoso” de potência – a nova era do império. Lembrando: quem
arriscou a própria vida, quem ficou ferido, não apenas fisicamente, mas também
na mente e na alma, pelos horrores da guerra, não ficou nada satisfeito com os
resultados.
Tenho aprendido ao longo dos anos
que existem muitos caminhos possíveis e muitos atalhos prováveis para mudar o
mundo para melhor, mas não através da guerra. Notadamente, agora, que se fala
como nunca da paz no mundo, do perdão e da concórdia entre religiões, vale a
pena investir neste norte e perceber de que forma podemos contribuir para esta
causa mundial da paz entre os homens.
Só pondo em cada gesto e
acrescentando a cada palavra um profundo sentimento de amor, seremos capazes de
fazer uma revolução pela paz, a única revolução que faz sentido nos dias de
hoje. Remoer coisas do passado, deixar-se prender por mágoas ou ressentimentos,
definitivamente, não é a melhor maneira de viver, de existir.
Já uma vez escrevi que a princípio a
guerra pode trazer a sensação de que alguém se deu bem, e outro não, depois vem
à surpresa de ver que todo mundo se ferrou.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre
em Administração
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