Aguça-me assistir nas noites de sábado o
programa Painel, da GloboNews, conduzido pelo jornalista Willian Waack, que não
perco, e numa dessas ocasiões tinha como assunto a devastação de nossa economia
como há muito tempo não se via.
O cara discutiu esse tema de forma
desapaixonada. O comentário foi um tiro certeiro. A bem da verdade, os níveis
de destruição de riquezas de nossa economia são assustadores. Os governos perderam
receitas, as empresas perderam produção, o País perdeu investimentos e os
trabalhadores perderam empregos e salários.
No Estado da Paraíba, o governador tem
falado, com assombro - até os seus amigos que circulam com crachá na Granja -, na
perda de arrecadação, correndo o risco até de atrasar a Folha de Pagamento dos
Funcionários, como já vem acontecendo em outros Estados da Federação. Recursos
estes que estão deixando de fluir para investimentos, saúde, educação etc
Neste espaço já afirmei várias vezes que
chegamos a essa trágica situação em razão do desatino e despreparo político e
administrativo dos nossos últimos governantes, com a participação escabrosa (ou
melhor: conluio) de amigos, magnatas que se tornaram companheiros e as
quadrilhas que vivem de assaltar o Erário. Cujo resultado todos nós conhecemos:
escândalo após escândalo, fracasso após fracasso, flagrante após flagrante de
mentira, fraude e incompetência para governar.
O combate à corrupção não deve ser visto
exatamente como uma guerra, mas como um ato de razão e de bom-senso. As
palavras não são minhas. São do jornalista e professor Eugênio Bucci. Agora, eu
aí digo: acredito firmemente que um governo é benfazejo para seu povo quando,
acima de tudo, aposta na seriedade de suas ações, no socorro de quem mais
precisa, no respeito às instituições democráticas e no desapego ao poder.
Uma avaliação parece unânime: o País não
aguenta mais esses caras enrolados até o pescoço na Lava Jato. O País precisa
ser salvo de tanta lama, tanta imundice, tanta injustiça social, tanta zombaria
e desgraça à custa do seu povo. Triste retrato da visão e prática tupiniquim,
infelizmente.
Aí está a grande patologia associada ao
desastre da nossa economia. Nas universidades, na imprensa, em associações de
classe, no setor público e entre especialistas há um interesse real de ideias
de mudança. Temos ter cuidado com os falsos moralistas. Notadamente para quem
se diz que “não tem uma viva alma mais honesta do que eu”. Declaração que mexe
com meu sono e até com minha pressão arterial.
Por isso: o Brasil deixou de ser
conhecido com “país do futuro” para se tornar “o país do futuro do pretérito”.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre
em Administração
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