segunda-feira, 24 de março de 2014

Ações da mobilidade urbana



       A bagunça do trânsito está aí, diante de todos, para quem quiser ver. Por falar isso, devemos lembrar que hoje pagamos o preço pelo que deixamos de fazer.
            Essa situação é o retrato acabado da inação de nossas autoridades. Nos anos 80, precisávamos ter construído metrôs e veículos leves sobre trilhos (VLT) para resolver estruturalmente o transporte urbano. As grandes cidades do mundo já tinham implantado sistemas sobre trilhos e de grande capacidade, mas nós resolvemos investir nos ônibus. Pegue-se o exemplo da Argentina. A sua primeira linha de metrô foi inaugurada em 01/12/1913. Incrível, não?
            Mas isso me leva uma pergunta: Por que houve investimentos apenas nesse meio de transporte (ônibus)?  Porque eram mais baratos, porque os empresários do setor eram influentes e porque se dizia que o Brasil não tinha capacidade financeira nem técnica para tanto.
            É triste e lamentável constatar que, além do tempo para se deslocar ao trabalho, a maioria dos passageiros tem que enfrentar uma verdadeira guerra diária em trens, metrôs e ônibus superlotados. Sem contar do empurra-empurra, trens quebrados, infraestrutura precária, descaso. Com isso, o Brasil perde tempo, produtividade, lucratividade e qualidade de vida.
            A bem da verdade, temos que reconhecer que o Ministério das Cidades tem feito investimentos em todas as cidades. São 60 bilhões, que estão sendo empregados em grandes obras estruturantes. A preocupação é a execução dessas obras junto aos estados e municípios para agilizar e cumprir os prazos daquilo que está pactuado em contratos.
            Os programas de Mobilidade Urbana promovidos pelo governo federal visam a fomentar a cidadania e a inclusão social por meio da universalização do acesso aos serviços públicos de transporte coletivo e das ações estruturantes para o sistema do transporte coletivo urbano, apoiando a qualificação, ampliação e infraestrutura de mobilidade urbana.
            Não estou aqui para gastar latim à toa (como dizem por aí!), sabendo-se o que estar por trás desse atraso nas obras é a incúria de nossos administradores públicos. Não consigo enxergar neles outro esforço que não o retórico. Nas ruas, até os jovens, sem papas nas línguas e nos cartazes, denunciam muito bem esse estado de coisa: as mazelas e as aberrações da política de gestão.
            Um parêntese. Um taxista, disse-me outro dia, de modo lacônico: “Dotô, esse trânsito está sendo um martírio. Não dá para viver desse jeito”. Fecha parêntese.  Verdade? Sem dúvida; vocês sabem. Só quem não sabe são aqueles desprovidos de visão de longo prazo e vazio de conteúdo.
Por essa lógica, é imperioso acabar com a cultura do atraso. É preciso ser hoje. Não dá para deixar para amanhã.
           
                                                                       LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                                            lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                                          Advogado e Administrador de Empresas

                                          

Nenhum comentário:

Postar um comentário