Sempre
que chega o dia das crianças (12 de outubro), me chega também às recordações da
minha infância. Entre tantas coisas boas lembro-me da voz de minha mãe, Dona
Aila, dizendo “este menino é muito estudioso. Ele ainda vai chegar lá”.
Tenho certeza que tal perspectiva de
confiança me levou estudar para isso e trabalhar feito um condenado. E nesse
início da minha trajetória de vida, a leitura do livro “O pequeno príncipe”, de
Antoine de Saint-Exupéry, me fez ver que a felicidade é um estilo de vida, e se
a sua vida não está do jeito que você quer e merece, chega a hora de alimentar
a paixão por viver.
Como bem disse o meu amigo Cordeiro,
com sua barba de revolucionário russo: “Este livro é de criança e de adulto
também, pois todo homem traz dentro de si o menino que foi”. Fiquei babando ao
ver, e depois reler, a nova impressão de “O pequeno príncipe”, totalmente em
conformidade com a edição original americana, a única feita com o autor ainda vivo,
em 1943. Sucesso absoluto. Não é à toa que o referido livro seja lido sempre
por milhões e milhões de pessoas. Traduzido em oitenta línguas diferentes.
Preso no deserto, o autor fala do
seu primeiro contato com aquele homenzinho extraordinário, com uma vozinha
estranha e os olhos arregalados de espanto, solicitando-lhe: “Por favor...
desenha-me um carneiro!”. E foi assim que ele conheceu, um dia, o
principezinho.
O grande diferencial é seu formato
simples, em linguagem sem rebuscamento ou filigranas, prendendo-se ao seu
objetivo de contar uma história aparentemente tão ingênua e que comove tantas
pessoas. Na narrativa do livro não vislumbra desânimo. Há, sim, a noção de que
existem problemas, mas também soluções.
Essa é a magia do livro: viver
abundantemente, com intensidade, tudo o que faz sentido para o seu coração. É
preciso “ferver” e não apenas passar de modo morno por esta vida, que é tão
cheia de esperanças, expectativas e oportunidades para fazermos tudo realmente
acontecer intensamente. Mesmo sabendo que não há saída fácil para a vida.
Não estou sendo original, muitos
intelectuais e muitas pessoas do mundo da leitura já escreveram sobre uma
passagem desse livro, no coloquial do principezinho e a raposa: “Eis o meu
segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível
aos olhos”.
Por último, tiro o meu chapéu
lusitano para essa obra que traduz algo do tipo: apaixone-se pela vida e curta
a loucura de viver.
LINCOLN
CARTAXO DE LIRA
Advogado e Administrador de Empresas
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