quinta-feira, 10 de outubro de 2013

O pequeno príncipe



       Sempre que chega o dia das crianças (12 de outubro), me chega também às recordações da minha infância. Entre tantas coisas boas lembro-me da voz de minha mãe, Dona Aila, dizendo “este menino é muito estudioso. Ele ainda vai chegar lá”.
            Tenho certeza que tal perspectiva de confiança me levou estudar para isso e trabalhar feito um condenado. E nesse início da minha trajetória de vida, a leitura do livro “O pequeno príncipe”, de Antoine de Saint-Exupéry, me fez ver que a felicidade é um estilo de vida, e se a sua vida não está do jeito que você quer e merece, chega a hora de alimentar a paixão por viver.
            Como bem disse o meu amigo Cordeiro, com sua barba de revolucionário russo: “Este livro é de criança e de adulto também, pois todo homem traz dentro de si o menino que foi”. Fiquei babando ao ver, e depois reler, a nova impressão de “O pequeno príncipe”, totalmente em conformidade com a edição original americana, a única feita com o autor ainda vivo, em 1943. Sucesso absoluto. Não é à toa que o referido livro seja lido sempre por milhões e milhões de pessoas. Traduzido em oitenta línguas diferentes.
            Preso no deserto, o autor fala do seu primeiro contato com aquele homenzinho extraordinário, com uma vozinha estranha e os olhos arregalados de espanto, solicitando-lhe: “Por favor... desenha-me um carneiro!”. E foi assim que ele conheceu, um dia, o principezinho.
            O grande diferencial é seu formato simples, em linguagem sem rebuscamento ou filigranas, prendendo-se ao seu objetivo de contar uma história aparentemente tão ingênua e que comove tantas pessoas. Na narrativa do livro não vislumbra desânimo. Há, sim, a noção de que existem problemas, mas também soluções.
            Essa é a magia do livro: viver abundantemente, com intensidade, tudo o que faz sentido para o seu coração. É preciso “ferver” e não apenas passar de modo morno por esta vida, que é tão cheia de esperanças, expectativas e oportunidades para fazermos tudo realmente acontecer intensamente. Mesmo sabendo que não há saída fácil para a vida.
            Não estou sendo original, muitos intelectuais e muitas pessoas do mundo da leitura já escreveram sobre uma passagem desse livro, no coloquial do principezinho e a raposa: “Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos”.
            Por último, tiro o meu chapéu lusitano para essa obra que traduz algo do tipo: apaixone-se pela vida e curta a loucura de viver.


                                                                         LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                                         lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                                          Advogado e Administrador de Empresas

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