quinta-feira, 13 de junho de 2013

Disney Institute



       Sou da época em que não existiam institutos ou livros de aprimoramento pessoal e profissional. Não existia, por exemplo, o Disney Institute, um departamento de consultoria e educação continuada criado para ensinar empresários e grandes companhias a serem mais... Disney!
            É uma espécie de MBA, com uma curiosa combinação de programas de treinamento, bench-marketing e aperfeiçoamento. Experiência nesse ambiente corporativo, então, nem se fala. Todo santo dia, algo em torno de 175 mil pessoas passeiam pelos parques da Disney nos EUA. O reflexo mais óbvio desse público é o faturamento, claro, que bate a casa dos R$ 13 bilhões anualmente.
            Fiquei maravilhado com o nível de organização, quando lá estive. Observei que os visitantes (turistas) estavam com esse mesmo sentimento de encantamento e pronto para surfar na onda da modernização da linguagem visual.
            De olho nessa maré, grandes empresas costumam procurar o Disney Institute para lidar com problemas específicos. A Chevrolet, por sua vez, queria ajuda para melhorar o atendimento nas concessionárias, enquanto o time Brooklin Nets procurava a melhor maneira de vender “hot dog”. Companhias médias também recorrem ao instituto para aprender um pouco da eficiência milimétrica de seus parques.
            O curioso é que, seja lá qual for o formato das aulas, o ensinamento é basicamente o mesmo dito por Walt Disney em uma palestra, há 50 anos: “Faça algo tão bem que as pessoas vão querer voltar para ver seu trabalho novamente e vão trazer outras pessoas para mostrar o quão bom você é naquilo”.
            Outra coisa: independente do porte da organização, seja uma loja de botões ou uma companhia telefônica, Disney Institute nos ensina que se deva aprender e adaptar as boas ideias de seus concorrentes. E mais: ter uma empresa no setor de serviços é como atuar em uma peça. No palco, você é um personagem, alguém que está ali para proporcionar uma experiência diferente e agradável. Na Disney, funcionários não são chamados assim, de “funcionários”, mas de “cast members”, membros do elenco.
            Diferente do tipo de atendimento cosmético ou atabalhoado visto por aí, lá, na Disney, se você comprar um balão e ele estourar, os funcionários lhe darão outro. O mesmo ocorre se  um sorvete cair no chão – não importa o status do funcionário, há no manual um mandamento: ele precisa abandonar o que estiver fazendo, pegar um novo sorvete e entregar para a criança desastrada.
            Essa atenção aos detalhes deveria ser parte da cultura de todas as empresas, já que são os pequenos toques que cativam os clientes.


                                                                      LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                                       lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                                         Advogado e Mestre em Administração

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