segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Praça da (In)dependência



            As coisas são assim, dão certo e dão errado. Pessimismo nunca foi a minha praia. Assim, acredito que o recém-empossado prefeito Luciano Cartaxo vai dar, finalmente, uma atenção toda especial a Praça da (In)dependência. Logradouro este de lapidar localidade, onde sai à principal via urbana da cidade, a Avenida Epitácio Pessoa.
            Enquanto encontramos nela árvores raras, como pau-brasil, ipê e abricó-de-macaco, por outro lado, temos o dissabor de encontrar uma praça completamente abandonada, como mato sem capinar, galhos de árvores secos espalhados, gradis destruídos, bancos desconfortáveis e imprestáveis. E o pior: sem qualquer atrativo para criança ou adulto.
            Além disso, o que ainda lhe falta? Falta vida. Falta cuidado. Pois o sucateamento é explícito: desleixo com seus jardins, caminhos sem trato e sem uma vigilância efetiva para dar segurança aos poucos que ali frequentam. Tipo de escracho e irresponsabilidade total.
  Longe dos trocadilhos bem ao gosto e estilo de certos gestores, urge, então, que se adote um espaço paisagismo organizado, com espelhos d’água, quiosques para vender lanches, ciclovias, anfiteatro para explorar as atividades culturais e artistas.
            Aos olhos de hoje, temos crianças de apartamento, confinada, com limites, que não conhece sequer uma praça. Pelo fato, simplesmente, não haver estímulo face ao descaso com essa importante área pública. Sabem-se quem curte os valores da praça tem uma possibilidade mais espiritualizada de ver o mundo, que é totalmente material.
            Foi-se o tempo em que a praça fascinava poetas, escritores e compositores e qualquer um que tivesse a oportunidade de se deliciar com aquilo tão bem definido nos versos antológicos da melodia “A praça”, do trepidante Carlos Imperial.
            Frequentemente, eu me pergunto: Porque se gasta tanto em outros equipamentos destinados ao povo - a exemplo do Parque Cuiá e Estação Ciências e Artes - se temos uma área prazerosa, já pronta, para nos proporcionar entretenimento muito mais interessante e mais barato? Como disse meu amigo Cordeiro, é coisa de republiqueta: do fracasso recorrente, mazela, vexame, vergonha. E da desesperança, eterna companheira.
            Ah, ia esquecendo! Quanto ao parêntese semântico de “(In)dependência” da praça foi a maneira de registrar a falta de respeito a sua histórica e a sua cultural, cuja “dependência” é fragorosa em tudo.


                                                               LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                               lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                                Advogado e Administrador de Empresas

               
               




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