quinta-feira, 8 de setembro de 2011

A Paraíba tem pressa

A política, como já dizia Max Weber, é diferente da religião: o objetivo do santo é ir para o paraíso, e do político é obter resultados positivos. Coisa que, lamentavelmente, isso não vem acontecendo a um bom tempo em nossa Paraíba, onde predominam as tradicionais regras da esperteza, do compadrio, da má utilização de verbas públicas e das brigas paroquiais.
            Dá-me um misto de pena e vergonha: enquanto o Brasil caminha com a rapidez de uma lebre para ser a quarta maior economia do mundo, vemos aqui a Paraíba com a morosidade de um cágado para se tornar um estado moderno e republicano.
            Ora, como dizemos nós, interioranos, ficou com “cara de tacho” após ler num dos jornais pernambucanos (satirizando) que o governo da Paraíba mostrou-se feliz com o projeto de instalação da fábrica da FIAT, em Goiana. Pois é, ainda morro infartado lendo esse tipo de absurdo!
            Não dá. À medida que a Paraíba está vibrando com esse anúncio despropositado, o vizinho Estado de Pernambuco divulga que, em 2010, o seu PIB foi de R$ 87 bilhões – expansão de 15,78% num só ano. Com tantos investimentos, virou a locomotiva do nordeste.
            Talvez você, leitor, esteja se perguntando: “Mas então não dá pra fazer nada? Temos que nos conformar com o que está aí?” Claro que não. É preciso mudar o padrão de comportamento dos políticos paraibanos de forma positiva. E nós, eleitores, acabarmos com o comportamento de benevolência e de condescendência na escolha de nossos representantes.
            Lembre-se: o futuro é resultado, o futuro é a colheita do que você plantou e está plantando. E esse futuro dinâmico se traduz em competência, planejamento, determinação, espírito de equipe e probidade. Por outro lado, trata-se, desculpe-me, de pura imbecilidade, mau-caratismo ou desinformação achar que um gestor (público ou privado) sem tais qualidades tenha condições de superar os desafios organizacionais a que se submete.
            Pela ausência total de pensamento crítico e por um sentimento irremediável de vergonha alheia, dois em dois anos, estão lá (aqueles useiros e vezeiros dessa profissão) para se elegerem e se enriquecerem, sobre obra e graça do país do superfaturamento, do conchavo e do aditamento. O que leva a cobiçada atividade política se transformar um estorvo para a população e, ao invés de empolgar, causa náusea ao povão.
            Bem, para encurtar a conversa, a Paraíba tem que sair dessa situação desarrazoada, tem que pensar grande, não ficar a reboquem de quem quer que seja. Precisamos acreditar, ter um sonho e trabalhar por ele. Não tergiversar ao discurso desvairado de quem diz: “Viu? Nós tínhamos razão. Por isso deu tudo errado”.

LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e Administrador de Empresas

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