quarta-feira, 9 de novembro de 2022

Artífice da beleza

 

            Excelente!  Este é o adjetivo que sintetiza o livro “Não tenha vergonha de ser bonita” do cirurgião plástico, professor e escritor Rolando Zani. Mais do que simples profissão, sua especialização médica tornou-se, para ele, uma missão intrigante, apaixonante e reveladora.

            Diz este artífice da beleza com aguda sinceridade: Beleza é tudo? É lógico que não! Dinheiro é tudo? É lógico que não! Cultura é tudo? Claro que não!  Mas tanto a beleza quanto o dinheiro e a cultura são importantes para a realização pessoal.

            Tá certo! A primeira coisa que certamente algumas pessoas julgam em você é sua aparência, a beleza estética e os cuidados que dedica ao corpo: o modo de se vestir, o asseio, o comportamento, o jeito de se movimentar e de se portar e o perfume, por exemplo.

            Completa, tascando a seguinte frase: “Beleza talvez não seja tudo, mas ajuda bastante em tudo na vida”. Mais um detalhe: quando você cuida carinhosamente dos quatro aspectos da beleza - físico, emocional, intelectual e espiritual -, converte-se numa mulher inteiramente bela, como sempre quis.

            De maneira engenhosa, comenta que as pessoas costumam atribuir certa conotação pecaminosa à beleza e à sensualidade, associando-as à promiscuidade. Criam falsos moralismos e alardeiam aos quatro ventos idéias como “Mulher que cuida bem de si mesma só tem sexo na cabeça”, “A sensualidade e a perdição da mulher”, “A mulher se faz bonita para transar”, e outras coisas do gênero. Nesse clima de preconceito, muitas mulheres abrem mão até mesmo à beleza e a magia da sedução.

            As mulheres, de modo geral, gostam de se comparar a algumas celebridades. O sonho delas é ter o nariz de Nicole Kidman, os seios de Gisele Bündchen, a boca de Julia Roberts. Não são apenas os homens que ficam alucinados com essas obras-primas da natureza. As mulheres também sonham com elas. Mas os motivos são diferentes, é claro. A verdade é que toda comparação sempre resulta em sentimento de inferioridade porque raramente as pessoas se comparam a alguém menos bem-dotado que elas.

            Com sua verve de crítico e ferina pontaria, mostra que muitas pessoas procuram a cirurgia plástica, ou ainda outros recursos para melhorar a aparência, influenciadas pelos meios de comunicação, que enaltecem um modelo perfeito de beleza. Essa, porém, é a motivação errada para o desejo de se tornar mais bela e pode justamente surtir o efeito contrário, fazendo com que a pessoa deprecie o próprio corpo e negue sua beleza individual por se iludir com a fantasia da perfeição.

            Pinço ainda de sua narrativa uma revelação: a beleza física é, muitas vezes, agradável apenas para ser apreciada a certa distância. Algumas pessoas são interessantes para se admirar, mas difíceis para se conviver. São belíssimas, desde que não estejam muito próximas. Exibem uma beleza mais para ser vista do que para ser sentida.  Uma beleza puramente decorativa.

            E, finalmente, manda um recado às mulheres: assuma de vez que você é linda e mostre sua beleza ao mundo.

 

                                                                               LINCOLN CARTAXO DE LIRA

                                                                                 

           

 

 

 

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