quinta-feira, 17 de maio de 2012

Músicas & Musas

       Já falei aqui, não só uma vez, que as composições musicais, principalmente na década de 60, impressionavam pela sinceridade e pela alta sofisticação poética, cujos versos tornaram-se antológicos.
            Daí observar que, nesse período, a maioria dos artistas revelou-se dono da mais alta qualidade estética: a imaginação. E o livro Músicas & Musas: A verdadeira história por trás de 50 clássicos pop (Editora Gutemberg, 2011) dos ingleses Michael Heatley e Frank Hopkinson, que acabo de ler, vem confirmar o irrefragável tal juízo.
            A obra é Show de Bola! Permito-me a coloquialidade do fraseado, mas, é sim, um produto caprichoso e meticuloso. Os textos contam quem são as mulheres que serviram de inspiração para clássicos como “Diana” (Paul Anka), “Dear Prudence” (The Beatles),“Don’t Think Twice, It’s All Right” (Bob Dylan), “Turn Your Lights Down Low” (Bob Marley), “Life On Mars” (David Bowie), “See Emily Play” (Pink Floyd) e até nossa “Garota de Ipanema” (Tom e Vinícius).
            Ainda adolescente, lembro-me perfeitamente da beleza dessas canções que se destacavam com uma luxuriante estilização de vida romântica (inocente) e de qualidade musical. Para mim, era o ápice de engenho humano, em que universo conspirava a favor: os dois a beira-mar, noite de lua cheia, perfume de gardênia. Aí, não tinha jeito. O cara ia fundo, transformando-se “El Grande Conquistador”.
            De todas essas histórias (e não estórias) pinço aquela que nos é peculiar “Garota de Ipanema”: Helô tinha 15 anos e morava na Rua Montenegro (...) e costumava passar todos os dias diante do Bar Veloso, ponto de encontro do poeta Vinícius de Moraes e do músico Antônio Carlos Jobim, que não resistiram à compulsão de descrever a graciosidade da garota que roubava a atenção de todos quando passava.
            Outra revelação bombástica foi do cantor e guitarrista Graham Nash, do grupo The Hollies, em dizer que a canção “Carrie Anne”, lançado em 1967, teve como pano de fundo de sedução Marianne Faithfull, ex-senhora Mich Jagger, só que ele não teve coragem de usar o nome verdadeiro, confessa.
            Vale a sugestão: não é só ler o livro, como “é coisa pra se guardar”, ensina Milton Nascimento.

                                                         LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                         lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                          Advogado e Administrador de Empresas

               
               
               

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