Já
revelei aqui que eu tenho uma cadelinha poodle chamada Baby, meu xodó. Melhor:
nosso xodó. Porque lá em casa todos nós a consideramos, com todas as regalias,
como membro da família. Tipo de relacionamento simples e puro. Livre de
conflitos, dramas, crueldades e desapontamentos, tão frequentes em nossa
conexão com outros seres humanos.
Sei lá! No fundo, ninguém consegue
ficar indiferente à diferença nessa relação. A verdade é que rola uma
eletricidade e um magnetismo entre nós. Goste-se ou não, a elevação do status
dos animais a integrante da família está aí. Basta passar os olhos pelos perfis
de amigos e parentes nas redes sociais para constatar essa situação, porque não
dizer: sociável.
E isso fica claro: como escreveu
Antoine de Saint-Exupéry, o essencial é invisível aos olhos. Aquilo que é
realmente fundamental sente-se, não precisa ser dito. Por meio de um olhar, de
um sorriso ou pela partilha cúmplice de um silêncio purificador é possível estabelecer
laços e criar amizades sólidas. É exagero? Não, quando o assunto é bichinhos de
estimação.
Agora,
no carnaval, fiquei impressionado com a quantidade de cachorrinhos, devidamente
fantasiados, desfilando com os seus donos pela praia de Tambaú; poderia ser
confundida com uma espécie de parada do orgulho gay canino.
Como
sempre faço, quase todos os sábados, bem cedinho, acompanhado da minha Baby,
dirigimos à feira do Mercado do Bairro dos Estados para realizar algumas
compras, principalmente de pescado e quiçá de um bom galo (capoeira). De
repente, não mais do que de repente, um cara sentado no balcão do boteco, abre
um sorriso maior do que o rombo da previdência e grita; “A cachorrinha é pra
vender, meu compadre?”. Estupefato,
respondi-lhe em tom sério: “Lealdade e afeto não têm preço!!!”. Em seguida,
resmunguei: “Haja estômago a desarrazoada máxima cínica”.
No
ano passado, um psicólogo americano publicou um estudo onde diz que os donos de
animais domésticos geralmente estão em boa forma, têm mais autoestima, são mais
extrovertidos e menos estressados. Ué! Alguém tem dúvida? Para os amantes dos
bichos, é apenas a constatação do óbvio.
Tomem
nota: atrevo-me a dizer que logo, logo os bichinhos de estimação estarão tendo
os seus registros em cartório com direito a casa, a comida e um bom plano de
saúde. Baby, desde já, agradece!
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado
e Mestre em Administração
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