As coisas são assim, dão certo e dão
errado. Pessimismo nunca foi a minha praia. Assim, acredito que o
recém-empossado prefeito Luciano Cartaxo vai dar, finalmente, uma atenção toda
especial a Praça da (In)dependência. Logradouro este de lapidar localidade,
onde sai à principal via urbana da cidade, a Avenida Epitácio Pessoa.
Enquanto encontramos nela árvores
raras, como pau-brasil, ipê e abricó-de-macaco, por outro lado, temos o
dissabor de encontrar uma praça completamente abandonada, como mato sem
capinar, galhos de árvores secos espalhados, gradis destruídos, bancos
desconfortáveis e imprestáveis. E o pior: sem qualquer atrativo para criança ou
adulto.
Além disso, o que ainda lhe falta?
Falta vida. Falta cuidado. Pois o sucateamento é explícito: desleixo com seus
jardins, caminhos sem trato e sem uma vigilância efetiva para dar segurança aos
poucos que ali frequentam. Tipo de escracho e irresponsabilidade total.
Longe
dos trocadilhos bem ao gosto e estilo de certos gestores, urge, então, que se
adote um espaço paisagismo organizado, com espelhos d’água, quiosques para
vender lanches, ciclovias, anfiteatro para explorar as atividades culturais e
artistas.
Aos olhos de hoje, temos crianças de
apartamento, confinada, com limites, que não conhece sequer uma praça. Pelo
fato, simplesmente, não haver estímulo face ao descaso com essa importante área
pública. Sabem-se quem curte os valores da praça tem uma possibilidade mais
espiritualizada de ver o mundo, que é totalmente material.
Foi-se o tempo em que a praça
fascinava poetas, escritores e compositores e qualquer um que tivesse a
oportunidade de se deliciar com aquilo tão bem definido nos versos antológicos
da melodia “A praça”, do trepidante Carlos Imperial.
Frequentemente, eu me pergunto:
Porque se gasta tanto em outros equipamentos destinados ao povo - a exemplo do
Parque Cuiá e Estação Ciências e Artes - se temos uma área prazerosa, já pronta,
para nos proporcionar entretenimento muito mais interessante e mais barato?
Como disse meu amigo Cordeiro, é coisa de republiqueta: do fracasso recorrente,
mazela, vexame, vergonha. E da desesperança, eterna companheira.
Ah, ia esquecendo! Quanto ao
parêntese semântico de “(In)dependência” da praça foi a maneira de registrar a
falta de respeito a sua histórica e a sua cultural, cuja “dependência” é
fragorosa em tudo.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e
Administrador de Empresas
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